segunda-feira, dezembro 05, 2011

Área de transgênicos deve crescer 21% no país

Gerson Freitas Jr.

A área cultivada com sementes geneticamente modificadas no Brasil deve chegar a 31,8 milhões de hectares na safra 2011/12, que começa a ser colhida em janeiro. Trata-se de um aumento de 20,9% em relação à safra passada. O número consta de levantamento realizado pela consultoria Céleres, com empresas de biotecnologia. Esse é o segundo levantamento feito pela Céleres neste ano. Em agosto, a consultoria havia previsto uma área de 30,4 milhões de hectares.

A Soja ainda é, de longe, a cultura na qual a tecnologia está mais difundida. Ao todo, serão 21,4 milhões de hectares cultivados com sementes transgênicas, um aumento de 16,7% em relação ao plantio do ano passado. A extensão corresponde ainda a 85,3% de toda a área dedicada à cultura - um recorde. No ano passado, essa participação foi de 76%.

A Soja é a cultura pela qual a transgenia foi introduzida no Brasil, ainda em meados dos anos 1990 e de maneira ilegal, com o contrabando de sementes da Argentina. A liberação pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) ocorreu em 2005.

Mas o milho é a cultura em que o avanço dos transgênicos mais impressiona. Apenas quatro anos depois de as variedades geneticamente modificadas terem sido aprovadas no Brasil, estas deverão responder por mais de dois terços (67,3%) da produção total (somando-se as áreas de verão e inverno) da safra 2011/12. De acordo com a Céleres, elas serão cultivadas em 9,9 milhões de hectares, uma expansão de 32% em relação à temporada anterior.

No algodão, as lavouras convencionais ainda são a maioria. Apenas 469 mil hectares (33% de um total de 1,45 milhão) serão ocupados com transgênicos. Trata-se de um aumento nada desprezível de 26,1% em relação à safra passada, mas ainda considerado aquém do potencial. Segundo a Céleres, o avanço dos transgênicos no segmento ainda esbarra na disponibilidade de variedades adaptadas às diferentes regiões produtoras do país e na falta de um transgênico que ajude no controle do bicudo, a principal praga do algodão.

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de transgênicos, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo o Serviço Internacional para Aquisição de Aplicações em Agrobiotecnologia (Isaaa, na sigla em inglês). A maioria das variedades usadas no país garante às lavouras tolerância ao glifosato, um agrotóxico usado para combater plantas invasoras nas lavouras. Nas lavouras de milho e algodão, também é grande a participação de plantas tolerantes a insetos.

FONTE: VALOR ONLINE

Embrapa anuncia variedades de soja resistentes à ferrugem asiática

Cultivares podem ser alternativa no combate ao fungo em todo o país

A luta contra a ferrugem asiática nas lavouras de soja pode estar perto de um final favorável aos produtores. A Embrapa anuncia, pela primeira vez, ter desenvolvido variedades resistentes ao fungo, que devem ser disponibilizadas nas próximas safras. Conforme o pesquisador da entidade Vanoli Fronza, as novidades são resultado de mais de 10 anos de estudos. Ele revela que após testes com dezenas de linhagens resistentes à ferrugem, duas se mostraram produtivas e adaptáveis. E já estão em fase de testes em 28 regiões do Brasil Central. Em Uberaba, Minas Gerais, o plantio é escalonado e controlado, para um acompanhamento preciso dos resultados.

– Escolhemos entre as linhagens que tinham fonte de resistência à ferrugem duas novas cultivares. Uma convencional, cujo nome será BRS MG 771 F e outra chamada BRS MG 780 F RR. Se conseguirmos alavancar com maior velocidade o processo de multiplicação dessas sementes na safra 2012/2013, poderemos ter alguma disponibilidade para os produtores que quiserem experimentar – explica.

Fronza afirma que, apesar de resistentes, as cultivares não são imunes ao fungo. Entretanto, garante que o produtor não deve ter prejuízo por causa da ferrugem.

– Com uma cultivar comum, caso o produtor faça tudo errado ou tenha problemas e não faça aplicação de fungicida conforme o indicado, ele produzirá entre 10 e 20 sacas por hectare, dependendo da intensidade da ferrugem. Já nas novas, com resistência ao fungo, ele terá um rendimento de, pelo menos, 50 sacos por hectare. Ou seja, se tudo der errado, haverá a segurança de que a produção estará garantida até um certo teto. Não vai expressar o máximo do potencial produtivo, mas vai produzir – aponta.

A ferrugem da soja entrou do Brasil na safra 2000/2001. O fungo deixou um rastro de prejuízos em todo o país. De acordo com o pesquisador da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) Neylson Arantes, desde então, houve alto custo no combate químico e a situação se tornou um tormento para os produtores.

– Muitos produtores chegaram ir à falência por causa de ferrugem. Até hoje eu ouço de agricultores dizendo ter quebrado. A partir de então, foram identificados alguns fungicidas. Alguns com mais, outros com menos eficiência, mas o leque de produtos no início era muito pequeno – diz.

FONTE: CANAL RURAL

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