segunda-feira, dezembro 03, 2012

Economia dos EUA volta a perder força no fim do ano

A economia dos Estados Unidos cresceu a uma taxa anualizada de 2,7% no terceiro trimestre, segundo a revisão divulgada nesta quinta-feira (29/11) pelo Departamento O país deve, porém, voltar a perder força no trimestre atual, por causa da incerteza em relação ao chamado abismo fiscal – uma série de altas em impostos e de cortes em investimentos que pode entrar em vigor no início de 2013, caso não haja um acordo político. Razão - A principal razão para a revisão em alta no terceiro trimestre – a estimativa inicial havia sido de alta de 2% no PIB – foi que as empresas voltaram a preencher seus estoques a um ritmo mais rápido que o anteriormente estimado. Isso compensou o crescimento mais fraco nos gastos dos consumidores. A maioria dos economistas afirma que o crescimento econômico americano deve desacelerar para abaixo de 2% no quarto trimestre. Esse patamar é geralmente considerado muito fraco para reduzir rapidamente a taxa de desemprego. Menos gastos - O economista-chefe da Capital Economics, Paul Ashworth, afirmou que as empresas devem estar mais lentas na reposição de estoques, prevendo menos gastos dos consumidores. Nos EUA, os gastos dos consumidores representam quase 70% da atividade econômica. Antecipação - Os economistas citam duas razões para a fraqueza antecipada nos gastos dos consumidores e das empresas. A tempestade Sandy – que chegou aos EUA com força de furacão – interrompeu as atividades durante alguns dias no fim de outubro e início de novembro na Costa Leste. Outro motivo é que os gastos podem diminuir perto do fim do ano, se os congressistas e o presidente Barack Obama não evitarem o abismo fiscal. Estoques - As companhias “devem reduzir seus estoques caso o Congresso fracasse em sua tarefa, o que é sempre uma possibilidade”, afirmou Joel Naroff, economista-chefe da Naroff Economic Advisors. FONTE: PORTAL DO AGRONEGOCIO

Plantio da safra 2012/2013 de soja é concluído em MS

O plantio de soja da safra 2012/2013 em Mato Grosso do Sul foi concluído. A informação é da circular técnica 6 do Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (SIGA), divulgada na quarta-feira (28) pela Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja/MS) e Federação de Agricultura e Pecuária (Famasul). O relatório foi divulgado após levantamento realizado por técnicos das entidades em 225 propriedades de 18 dos principais produtores de soja do Estado nas regiões do Cone Sul e do Centro/Norte, entre os dias 19 e 23 de novembro. Junto ao trabalho in loco foi feita uma pesquisa nos escritórios de assistência técnica e extensão rural dos municípios. De acordo com o levantamento, a área estimada cultivada com soja nesta safra é de 2,020 milhões de hectares, o que representa um incremento de 9,1% em relação aos 1,850 milhão de hectares do ciclo 2011/2012. Em razão da distribuição irregular de chuvas desde o fim do vazio sanitário da cultura, em 15 de setembro, o Centro-Norte do Estado que iniciou primeiro o cultivo concluiu a semeadura, conforme a circular, sete dias depois do Cone Sul. As variedades mais plantadas no Cone Sul foram a Potência (45,5%), Turbo (19,3%) e a Codetec (6,2%), enquanto que no Centro/Norte as campeãs de cultivo foram a Anta 82 (23,3%), a Nideira (17%) e a Pioneer (14,8%) . Concluída a etapa do plantio, o presidente da Aprosoja/MS, Almir Dalpasquale, ressaltou que os técnicos da entidade vão continuar a monitorar a evolução da oleaginosa. O objetivo, conforme ele, é coletar o maior número possível de dados sobre focos de ferrugem asiática, ataques por pragas e variações climáticas (veranicos, estiagem e geadas) para auxiliar os produtores na tomada de decisões sobre as lavouras.

quarta-feira, novembro 28, 2012

Agricultura de precisão - Tecnologia a toda prova

A Agricultura de Precisão (AP), como é chamada no Brasil, é o sistema de produção adotado por agricultores de países de tecnologia avançada, sendo denominado por eles de Precision Agriculture, Precision Farming ou Site-Specific Crop Management. O processo surgiu como um sistema de gerenciamento de informações e teve seu crescimento potencializado a partir de avanços relacionados à tecnologia de referenciamento e posicionamento como o Global Positioning System (GPS) e as tecnologias de sensoriamento remoto. Conceitos surgiram a partir do emprego dessas técnicas na agricultura, como os de aplicação de insumos em taxas variáveis e dos Sistemas de Informação Geográfica (SIGs). Exatidão no processo A AP é uma filosofia de gerenciamento agrícola que parte de informações exatas, precisas e se completa com decisões exatas. Para o doutor em Fitotecnia e pesquisador do Badesul Desenvolvimento, José Luis da Silva Nunes, essa é uma maneira de gerir um campo produtivo metro a metro, levando em conta o fato de que cada pedaço da fazenda possui diferentes propriedades. "O principal conceito é aplicar os insumos no local correto, no momento adequado, e as quantidades necessárias à produção agrícola em áreas cada vez menores e mais homogêneas, tanto quanto a tecnologia e os custos envolvidos o permitam", explica o pesquisador. Dessa forma, a consolidação de tais tecnologias como ferramentas à disposição do produtor permitem visualizar a variabilidade espacial e temporal dos fatores edafoclimáticos de cada área agrícola, considerando as peculiaridades de cada parte no momento do manejo, ao invés de trabalhá-lo como se fosse uniforme. Os problemas iniciais encontrados no desenvolvimento do conceito e das práticas associadas à AP, como a dificuldade na interpretação de um volume considerável de dados, o elevado custo dos equipamentos, a adaptação das tecnologias às diferentes regiões do globo e a popularização das técnicas envolvidas no processo evoluíram para soluções viáveis, tornando-a ferramenta real ao alcance dos produtores. Combinação de tecnologia e informação A AP combina as novas tecnologias, associando a informação à agricultura comercial madura. É um sistema de manejo de produção integrado que tenta igualar o tipo e a quantia de insumos que entram na propriedade com as necessidades da cultura em pequenas áreas inseridas num campo da propriedade. Essa meta não é nova, segundo o pesquisador José Luis, mas as tecnologias disponíveis atualmente permitem que o conceito de AP seja percebido como realidade numa produção prática. Ela é considerada, por grande parte dos especialistas em informação e sensoriamento remoto, como um sistema para gerir a produção agrícola. Sendo assim, são definidas e aplicadas tecnologias com o intuito de otimizar os sistemas agrícolas - há um enfoque no manejo das diferenças produtivas e dos fatores envolvidos na produção.
A questão-chave da AP reside na existência da variabilidade nas áreas agrícolas e na necessidade de se criar condições de manejo que levem essa diversidade em consideração. Dessa forma, as ações em determinada área devem considerar que a aplicação de práticas num momento adequado apresentem como resposta maior potencial produtivo, com menor impacto sobre o meio ambiente. "A técnica envolve um complexo processo cujo fundamento se refere ao conhecimento espacial preciso da atividade agrícola, frequentemente baseado no uso de dados obtidos com o auxílio de satélites. Assim, a AP é uma filosofia de manejo da fazenda na qual os produtores são capazes de identificar a variabilidade dentro de um campo, e então manejá-la para otimizar a produtividade e os lucros", define José Luis. Tecnologia que funciona A Agricultura de Precisão foi frequentemente definida com base nas tecnologias que a permitem ser realizada, como o GPS ou os sistemas de taxa variável. Porém, tão importante quanto os dispositivos usados na agricultura de precisão é perceber que a informação usada ou coletada é o ingrediente principal para o sucesso do sistema. José Luis explica que o conceito de AP se distingue da agricultura tradicional por seu nível de manejo. "Em vez de administrar um espaço completo como uma única unidade, o manejo é adaptado para pequenas áreas dentro de um campo. A AP é um termo aplicado a uma larga ordem de tópicos que se relacionam ao manejo preciso de unidades pequenas de terra em contraste com o manejo tradicional, em que um campo inteiro é compreendido como uniforme. Essa oportunidade de se administrar pequenas áreas de terra individualmente se tornou possível devido à disponibilidade de sistemas de posicionamento globais que podem ser usados para a localização exata, em terra, de equipamentos e máquinas", esclarece. Na ponta do lápis "Precisar um processo" significa levantar todas as informações necessárias para a tomada de decisão. "Quando não ponderamos todas as informações, ou variáveis, por desconhecimento ou pela impossibilidade operacional de levantá-las, costumo dizer que 'deliberamos', e quando estamos com todos os dados, nós 'decidimos'. Dessa forma, a AP se refere aos processos pelo quais várias informações são levantadas para as tomadas de decisão, algumas, por vezes, muito difíceis", define o engenheiro agrônomo e consultor da Cia. da Terra, Hercílio Netto. Para ele, existem vários processos dentro de uma propriedade agrícola nos quais a AP deve ser utilizada, como no gerenciamento de frota, nos mapas de colheita a cada metro quadrado e para determinar a qualidade do produto final, como uva e café, em mapas de pulverizações a cada metro quadrado, na taxa variável de sementes para definir o estande de plantas, no nível de infestação de plantas invasoras e do ataque e severidade de doenças; e em atributos físicos do solo: compactação, condutividade elétrica, fração de argila, areia e silte, eletromagnetismo, propagação de raios gama, biomassa produzida (inferência para pragas e doenças de solo), nível de nitrogênio nas folhas, entre outros. FONTE: REVISTA CAMPO & NEGÓCIOS

Indutor de resistência de plantas otimiza o sistema

Os indutores são moléculas específicas que desencadeiam um complexo mecanismo de defesa das plantas contra estresses bióticos ou abióticos. Entende-se por estresse biótico aquele em que danos são causados às plantas por vírus, bactérias, fungos, insetos ou mesmo animais, seja por motivos de infecção e causa direta de doenças em plantas, seja pela herbivoria ocasionada por alguns insetos e animais. Por sua vez, os estresses abióticos são, de forma generalizada, aqueles nos quais a planta sofre em face de intempéries climáticas, salinidade e pH do solo, dentre outros. Apesar de as plantas não possuírem sistema imunológico como o dos animais, elas utilizam os mecanismos de defesa ao sofrerem qualquer espécie de dano, os quais se desencadeiam por complexos desdobramentos metabólicos. Ao invés de anticorpos elas possuem moléculas denominadas "indutoras" da resistência, e a esse processo chamamos de Resistência Sistêmica Adquirida (RSA). Após uma infecção, as plantas desenvolvem tal Resistência, o que provoca o aumento dos níveis de compostos que reduzirão a severidade dos sintomas causados pela ação dos agentes patogênicos. Direto ao ponto O leitor já deve ter compreendido os termos "resistência" e "adquirida". Então fica a dúvida: Por que sistêmica? Ao fazer um paralelo aos produtos fitossanitários - discriminados como "de contato" ou "sistêmico" -, a resistência é sistêmica por ser translocável pela planta, principalmente pelo floema. O universo das plantas encanta pela sua complexidade, contrariando pensamentos de que elas sejam simples vegetais. Outra forma sistêmica de indução da resistência da planta é pela síntese de compostos voláteis, os quais, além de agirem no vegetal que está sofrendo o ataque de um patógeno, também "sinalizam" o perigo para as plantas vizinhas, as quais imediatamente começam a desenvolver a Resistência Sistêmica Adquirida. Com isso, elas formam um processo em cadeia que será determinante não apenas à planta atacada, mas para todas aquelas que se encontram próximas a ela. Tendo em vista que, após o desenvolvimento da RSA, a planta sintetiza moléculas que a protegerão dos patógenos e de suas infecções, ou que reduzirão tais sintomas, fica evidente que essas moléculas, quando presentes, atuarão como indutoras do processo de resistência sistêmica. Há várias moléculas: algumas sintetizadas pela própria planta, outras, por bactérias ou industrialmente - nota-se, inclusive, que fragmentos de fungos podem ser utilizados como indutores. Os indutores As moléculas sintetizadas por plantas, bactérias ou fungos são consideradas como indutores naturais bióticos, e os outros como indutores abióticos. Existem inúmeros indutores bióticos, sendo que a literatura científica cita o ácido araquidônico, o ácido 2,6-dicloroisonicotinico, o ácido jasmônico e o ácido salicílico. Um exemplo de indutor abiótico é o acibenzolar-S-metil, já registrado no Ministério da Agricultura como um "ativador de plantas" e distribuído comercialmente. Outros tipos de indutores bióticos muito estudados são a harpina, uma proteína produzida por várias bactérias patogênicas que, ao ser inativada, age como uma indutora da resistência; e os fragmentos de Sacaromyces cerevisae - tais produtos já se encontram para comercialização no Brasil. Existe uma extensa lista de indutores, vários deles já registrados e distribuídos no Brasil. Resumidamente, o uso desses elementos permitirá que as plantas reajam com mais rapidez ao ataque de patógenos, podendo, inclusive, evitar que eles colonizem as culturas. Esses indutores podem ser substituídos pelos agrotóxicos para os plantios orgânicos, ou com o intuito de reduzi-los nos plantios convencionais. Vantagens Todas as plantas possuem formas de resistência, sendo imunes aos patógenos, em algumas vezes e, em outras, a rigidez da patogenicidade é minimizada. O melhoramento genético trabalha incessantemente para obter variedades cada vez mais produtivas e resistentes às principais doenças, aos insetos e nematoides. No entanto, não há nenhuma planta cultivada que seja totalmente livre de todos os patógenos. Em vista do fato de as plantas não serem imunes a todas as pragas e doenças, os indutores da Resistência Sistêmica Adquirida são uma alternativa moderna para minimizar os efeitos deletérios. Uma grande vantagem desses elementos reside no fato de que, por aumentarem a resistência das plantas, permitem que haja um controle de pragas e doenças sem o uso de agrotóxicos. Deve ser ressaltado que, em cultivos convencionais, é importante o uso racional de agroquímicos. No entanto, quando os indutores são utilizados, a quantidade aplicada nas culturas será reduzida, obtendo, segundo pesquisas recentes, até mesmo o controle de pragas e doenças-chaves. Vários indutores naturais são permitidos em cultivos orgânicos, facilitando o manejo e, por consequência, a adoção de práticas ecologicamente corretas. FONTE: REVISTA CAMPO & NEGÓCIOS

sexta-feira, novembro 16, 2012

Nutrição - Palavra-chave para maior produtividade e sanidade

Num futuro não muito distante, agricultores poderão trabalhar com adubação em tempo real, por meio de metodologias de quantificação nutricional com cálculo imediato da taxa de aplicação, sendo que, "sem uma nutrição equilibrada, a planta jamais conseguirá alcançar seu teto produtivo". Essa afirmação, do engenheiro agrônomo e consultor da Cia. da Terra, Hercílio Netto, se justifica pelo fato de os nutrientes utilizados pela planta serem absorvidos do ar e do solo. De modo geral, a nutrição pode ser segmentada em complementar, suplementar, de estímulo ou de proteção. A nutrição complementar é utilizada em situações nas quais não há determinado nutriente no solo, um fator essencial para a máxima produtividade. É o caso do boro, insuficiente em quase 100% dos solos brasileiros, assim como o manganês nos solos do Cerrado, além do cálcio e do magnésio, que são fornecidos pelo calcário. Hercílio Netto afirma que a boa nutrição contribui para o ganho em produtividade e para evitar perdas com o ataque de pragas e doenças. "A planta bem nutrida é capaz de resistir melhor aos processos infecciosos, e como o metabolismo dela está ajustado, não há substâncias livres na folha para o inseto se alimentar", detalha o profissional. Geralmente os ataques de insetos se dão em plantas nas quais a nutrição está em excesso; logo, o produtor deve cuidar para que os nutrientes não faltem ou sejam aplicados exageradamente. "O equilíbrio é tanto (ou mais) importante que o fornecimento", destaca Netto. Para atingir esse equilíbrio, existe a tabela de recomendação (5ª Aproximação), desenvolvida pelas universidades federais de Minas Gerais e que contempla a disponibilidade nutricional no solo. A nutrição moderna calcula, além da curva de demanda e absorção de nutrientes, o cálculo da adubação a partir do que a planta extraiu do solo e o que produziu - essa é a exportação de nutrientes, chamada erosão nutricional de porteira pelo fato de ela ir-se embora em caminhões. A soja, por exemplo, leva do solo um pouco de manganês, molibdênio, potássio, nitrogênio e fósforo. Netto prevê que todos os produtores poderão, por meio da agricultura de precisão, equilibrar o solo. Quando isso acontecer, a adubação será calculada em cima do que foi produzido, levando-se em conta a quantidade exportada, para chegar à adubação de manutenção. De ponta a ponta Na nutrição das plantas cultivadas são encontrados vários tipos de manejo nutricional. A primeira variável está na própria característica nutricional do solo, ou seja, sua fertilidade natural, seguida de fatores como nível tecnológico, genética adotada, campos de produção de sementes, expectativa de mercado, área própria ou arrendada, dentre outros aspectos.
De forma geral, a nutrição, a partir da correção, adubação, suplementação foliar, complementação corretiva de manejo, irá representar mais de 45%, do custo total para algumas culturas como milho, HF, e menos de 15% ao cultivo de algodão, por exemplo. Segundo Hercílio Netto, uma planta bem nutrida tem maior capacidade de absorver CO2, H2O, além de todos os nutrientes provenientes do solo. Com isso, ela se torna apta a expressar todo seu potencial produtivo, sendo capacitada a enfrentar as situações adversas, bióticas ou abióticas. Curva de exportação Na agricultura moderna muitos produtores já trabalham com a curva de exportação. A prática não exige alto investimento, mas o monitoramento da colheita é necessário. Netto explica que, nesse sistema, a adubação é recomendada precisamente para cada talhão, com o intuito de buscar a sustentabilidade e pregar que o terreno com maior produção deve receber mais adubo e vice-versa, sempre partindo do pressuposto que o solo já esteja equilibrado. Nesse momento as zonas de manejo começam a ser trabalhadas, partindo da adubação maior (onde há mais produção), e menor (onde a produção for reduzida). Nutrição por escala Há nutrientes que são mais importantes, de acordo com cada fase do ciclo da planta; isso não dizer que os demais não sejam demandados, uma vez que, para Netto, eles são nutrientes pontuais. "Há nutrientes, por exemplo, que são mais demandados na fase vegetativa, como nitrogênio, molibdênio, enxofre, sódio, manganês e cobre, por tratarem de elementos mais estruturais, importantes para a estruturação morfológica da planta. Em seguida entram os nutrientes necessários para a fase reprodutiva, que auxiliam na brotação das flores", esclarece o especialista, referindo-se ao potássio, cálcio, boro e nitrogênio. De uma fase para outra a planta muda completamente o seu metabolismo, e acumula o que produz no fruto. Esse, por sua vez, é chamado de dreno preferencial. Perenes x anuais Há uma distinção entre plantas perenes e anuais. Netto esclarece que a primeira, quando entra na fase reprodutiva, está preocupada em criar uma estrutura (fruto) de propagação que seja fonte de reserva para ela. "É importante o produtor saber que o metabolismo de uma planta perene, quando entra na fase reprodutiva, produz a estrutura de propagação, que é o fruto. O metabolismo da planta se volta para a produção de açúcares e os açúcares acumulam-se ali, para servirem de fonte de reserva", detalha. Nas plantas anuais como soja, feijão, milho e sorgo, não existe essa distinção. Tudo o que elas produzem é enviado para o fruto, sua estrutura de propagação; dessa forma, a planta não se preocupa com sua sobrevivência. Por isso há grande diferença entre a condução nutricional de uma planta perene e a de uma planta anual, lembrando que no primeiro caso é preciso equilíbrio, porque a planta vai produzir o fruto e continuará vegetando. Hora certa de adubar Para Hercílio Netto, ajustar a adubação das plantas perenes é muito mais complicado do que a das plantas anuais. O excesso de adubação é um problema enfrentado pelos produtores, além das adubações em épocas erradas. Para saber o momento ideal da adubação é preciso entender a fenologia da planta e suas fases, como a o período entre a florada e a fecundação. "Nessa fase, por exemplo, a planta precisa de cálcio e boro para formar o tubo polínico. Se a adubação acontecer em excesso, pode haver aceleração demais do metabolismo da planta - isso pode até afetar o processo reprodutivo dela", alerta o especialista. Ele recomenda que o produtor entenda a sua planta, saiba quantos dias ela passa em cada fase específica para, dessa forma, ajustar a adubação. FONTE: REVISTA CAMPO & NEGÓCIOS

segunda-feira, outubro 15, 2012

Avanço da soja diminuirá a pecuária

O avanço da soja em áreas de pecuária, principalmente na região da Campanha e Fronteira Oeste, em consequência dos excelentes preços pagos internacionalmente pelo grão, deverá diminuir a procura de touros nas feiras e remates da primavera e do início de verão Acontece que muitos pecuaristas estão destinando áreas de campo ao cultivo e vão diminuir a lotação de suas propriedades. O presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito, José Roberto Pires Weber, reconhece a existência do fenômeno, mas espera que a 79ª Exposição Agropecuária de Dom Pedrito - Farm Show 2012, lançada ontem, em Porto Alegre, mantenha o mesmo volume de vendas do ano passado. O Farm Show será entre os dias 20 e 28, e Pires Weber acredita num faturamento de R$ 3 milhões, porque este ano houve aumento na oferta de touros (400) e fêmeas (350) das raças Hereford, Braford, Angus e Brangus. O otimismo se baseia na economia estável e, principalmente, na qualidade da genética oferecida, algumas com mais de 40 anos, como Hereford e Braford, e 23 anos, como Angus e Brangus. “É uma genética consolidada, e quem quiser comprar o melhor sabe que encontra em Dom Pedrito”, disse Weber. FONTE: PORTAL DO AGRONEGÓCIO

segunda-feira, outubro 01, 2012

Japoneses pedem que EUA limitem uso de milho para etanol

No primeiro pedido desse tipo, os grupos japoneses pediu a Washington para considerar uma renúncia de dois anos no mandato de etanol
Colheita de milho: a proporção de milho de origem norte-americana no total das importações japonesas de milho caiu para 83 por cento Tóquio- Os seis principais grupos de compradores de milho no Japão, país que mais utiliza o grão no mundo, pediram aos Estados Unidos, maior fornecedor mundial, que reduzam o uso de milho para a produção de etanol, para aliviar a escassez de oferta devido à pior seca em 56 anos no território norte-americano. No primeiro pedido desse tipo, os grupos japoneses, incluindo a Zen-Noh, maior cooperativa agrícola do país, pediu a Washington para considerar uma renúncia de dois anos no mandato de etanol para frear a alta nos preços de milho norte-americano. "Este (aumento no preço) colocou grande pressão sobre as indústrias japonesas para buscarem fontes alternativas de milho e grãos substitutos", disseram os grupos em carta de 7 de setembro ao secretário de Agricultura dos EUA, Tom Vilsack. "Isso pode levar potencialmente a uma perda de fatia no mercado de exportação para os produtores norte-americanos a longo prazo." Os grupos ainda não receberam resposta, disse uma fonte da indústria que não quis ser identificada, pois não tinha autorização para falar com a imprensa. Preços mais altos do milho norte-americano levaram compradores japoneses a importarem trigo de fora dos EUA mais barato neste ano, reduzindo consequentemente suas importações de origem dos EUA para 8,31 milhões de toneladas nos oito primeiros meses do ano, 15 por cento abaixo do ano passado. A proporção de milho de origem norte-americana no total das importações japonesas de milho caiu para 83 por cento entre janeiro e agosto, contra 95 por cento há um ano. FONTE: PORTAL DO AGRONEGOCIO

sexta-feira, setembro 21, 2012

Gestão é desafio para sojicultura

Produção traduz eficiência do setor, mas gestão ainda é deficiência
A próxima safra de soja em Mato Grosso - cujo plantio tem início logo após o fim do vazio sanitário - reservará a Mato Grosso números históricos. A produção estimada é a maior já calculada e acima de 24,1 milhões de toneladas em uma área de 8 milhões de hectares. Mas se os números traduzem a eficiência de uma atividade - cuja produção hoje representa 36% da produção agrícola total do estado - o desafio é profissionalizar o modelo de gestão dentro das propriedades. O entendimento é do presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) na unidade federada, Carlos Fávaro. De acordo com o dirigente, é preciso modernizar a gestão na atividade, ou seja, recorrer à sistemas tecnificados para traduzir o real funcionamento das propriedades. "O produtor precisa ter gestão, hoje um desafio. Negócio com má gestão nunca vai dar certo", enfatizou Carlos Fávaro. Para o dirigente, o produtor já é tecnificado, mas ainda recorre a um modelo em muitas vezes ultrapassado. "No setor agrícola os produtores aderem às novas tecnologias. Queremos que isso ocorra na gestão e que não fiquem no tempo da caneta, agenda, fazendo a contabilidade grosseira", lembrou o dirigente. Desde a temporada agrícola 2007/08 um projeto desenvolvido pela Aprosoja vem identificando os principais gargalos no modelo de gestão. É o "Referência", cujo objetivo é possibilitar ao produtor analisar os principais indicadores de gestão porteira para dentro. A aposta é a implementação de ferramentas tecnológicas para melhorar em ações da área técnica, produção, comercialização. Os resultados do projeto foram apresentados nessa quinta-feira (13) durante Workshop em Cuiabá (MT). "Nem sempre quem produz mais tem mais lucro. Ele precisa comprar bem, gerir bem as aplicações para ter resultado. O número de produtores aderindo ao projeto em crescimento. Não há espaço para o amadorismo [na atividade agrícola]", afirmou Carlos Fávaro. Na safra 2011/12, 108 produtores participaram do projeto e 175 mil hectares plantados com soja foram monitorados. Os números mostraram que a média geral dos produtores alcançou 54,3 sacas por hectare. Mas em grupos considerados mais lucrativos chegou a 57,4 sacas por hectare. Mas uma faixa específica de produtores ficou no grupo dos menos lucrativos, com 51,1 sacas por hectare. O projeto conseguiu identificar ainda que no grupo de produtores pesquisados, parte conseguiu aproveitar preços da saca de soja na faixa mais lucrativa de R$ 41,45. A média geral ficou em R$ 40,73, enquanto a menor em R$ 39,99. Em relação ao milho, o projeto constatou que a produtividade média mensurada pelo projeto Referência chegou em 106,9 sacas por hectare na temporada 2011/12. A máxima somou 109,9 sacas por tonelada, enquanto a mais baixa outras 103,4 sacas. Cresceu a participação do milho segunda safra na margem bruta total. No norte do estado, por exemplo, saltou de 26,6% para 31,1% entre 2010/11 e 2011/12, respectivamente. No Leste, foi para 8% neste ano. No Oeste, avançou de 17,5% para 32,8%. O Sul do Estado foi a única região a registrar recuo. De 30,6% recuou para 23,1%, segundo o projeto. "Cada vez mais os custos estão mais altos, as pragas mais agressivas e só vai se sustentar na atividade quem for profissional e entender sua gestão", considerou ainda o presidente da Aprosoja em Mato Grosso. Em Feliz Natal, município a 538 quilômetros de Cuiabá, o produtor Eguiberto Gabe diz ter redirecionado os investimentos na propriedade desde que decidiu aderir ao projeto. Os recursos destinados especialmente para benfeitorias e máquinas foram transferidos para fortalecer a produção em 700 hectares e soja e milho. "Decidimos parar com os investimentos e investimos mais na lavoura porque pelo projeto conseguimos ver onde se investia de forma errada", expressou o produtor. Na safra a produtividade da soja caiu 5% em função de problemas com o clima e a ferrugem asiática. "A rentabilidade foi boa, mas só não melhorou em função das oscilações de mercado", contextualizou o produtor rural ao Agrodebate. Como explica o consultor do projeto, João Vianna, parâmetros norteiam a tomada de decisão pelos agricultores. "O desafio é ter um processo produtivo sustentável. Mas um ano bom e interessante não será bom para todos. É importante saber aproveitar os anos para entender como enfrentar as épocas ruins", explicou o consultor. Segundo o gerente de Planejamento da Aprosoja, Cid Sanches, há um interesse maior dos produtores de fazerem parte do projeto. Entre 2007/08 a 2011/12 a adesão cresceu 170%. Alta explica pelo interesse em profissionalizar a atividade. "Isto proque o projeto mostra onde se pode melhorar", considerou. FONTE: PORTAL DO AGRONEGÓCIO

quarta-feira, setembro 19, 2012

Soja seguirá em alta


Ainda que sofra pressão da colheita dos EUA e da safra na América do Sul, cotação terá segundo melhor nível da história

USDA surpreendeu o mercado ao estimar a safra norte-americana em 71,7 milhões de toneladas, enquanto analistas apostavam em 72 milhões de toneladas (Foto: José Medeiros / Ed. Globo)

A oferta apertada de soja nos Estados Unidos verificada no relatório sobre estimativa de safra divulgado nesta quarta-feira (12/9) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) e a incerteza quanto ao clima durante a próxima safra da América do Sul devem manter os preços do grão em altos patamares nos próximos meses. “A soja ainda não atingiu as máximas. O mercado está aberto para que busque os US$18 por bushel e talvez até mais que isto dependendo da intensidade da demanda”, diz Pedro Dejneka, analista da Futures Internacional, LLC.

No relatório desta quarta-feira (12/9), o Usda surpreendeu o mercado ao estimar a safra norte-americana em 71,7 milhões de toneladas, enquanto analistas apostavam em 72 milhões de toneladas. Quanto aos estoques o Usda não mudou as estimativas de estoques para a safra nova, mantendo-os em 3,13 milhões de toneladas e reduziu os níveis da safra velha. Com isso, os preços futuros da soja foram negociados em alta no pregão desta quarta-feira da bolsa de Chicago. A tendência para os próximos meses é de que os preços da soja se mantenham acima dos US$ 17 por bushel.

Uma leve pressão por conta da colheita nos Estados Unidos pode acontecer, bem como por conta da expectativa de uma safra maior na América do Sul, “isso pode reduzir o preço em US$ 1 ou U$2”, diz Flávio França Junior, analista da empresa de consultoria Safras & Mercado. Ainda assim, os preços permanecerão acima da média histórica dos últimos cinco anos, de US$ 11 por bushel.

“E esse seria o segundo melhor nível de preços da história”, comenta.

Já no caso do milho, a surpresa foi negativa para os preços da commodity. O mercado apostava numa forte queda da produção americana, para 264 milhões de toneladas, mas o relatório apontou para uma produção de 272 milhões de toneladas de milho no período 2012/2013. Além disso, o mercado esperava que os estoques da safra velha fossem reduzidos, mas o USDA os manteve em 30 milhões de toneladas. Já para a safra nova a aposta era de estoques finais de 15,7 milhões de toneladas, abaixo da estimativa de agosto que era de 16,50 milhões de toneladas, mas aí o Usda surpreendeu a todos ao elevar a estimativa para estoques finais de 18,63 milhões de toneladas na safra 2012/13, uma alta de 11% sobre as previsões de agosto. “Muita gente acha que somente o relatório de outubro trará os dados reais da safra e de oferta e de demanda”, diz Dejneka.

Com isso, a tendência é de que os preços encontrem suporte entre US$ 7 e US$ 7,50 por bushel, “também acima dos preços médios dos últimos cinco anos, de US$ 4,80 por bushel”, diz Junior.

FONTE: GLOBO RURAL ON-LINE

segunda-feira, setembro 17, 2012

Café representa 6,6 % nas exportações de janeiro a agosto de 2012

Volume embarcado no período teve redução de 17,4%, com 17,6 milhões de sacas

O café representou 6,6 % de todas as exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a agosto de 2012. No entanto, o produto apresentou queda de 21,74% nos oito primeiros meses de 2012, com faturamento de US$ 4,1 bilhões na comparação com o mesmo período do ano passado, quando faturou US$ 5,3 bilhões. O volume embarcado de janeiro a agosto de 2012 teve redução de 17,4%, com 17,6 milhões de sacas de 60 quilos, ante 21,3 milhões de sacas no mesmo período em 2011.

O balanço faz parte do Informe Estatístico do Café publicado mensalmente pelo Departamento do Café, da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura.

A receita cambial do café verde, que representa 5,9% do total das exportações, também teve uma diminuição de 24,2%. Segundo o diretor do Departamento do Café do Mapa, Edilson Alcântara, esse resultado indica que os produtores brasileiros estão estocando mais café e reduzindo, consequentemente, suas vendas. “Com os problemas de qualidade, em virtude das chuvas, as estimativas são de que essa redução de embarques se confirme ao longo de 2012”, destacou.

O principal comprador de café verde brasileiro continua sendo a Alemanha que, apesar de ser o principal destino das exportações da produção nacional, apresentou queda de janeiro a agosto de 2012 de 27,59%. O segundo principal importador são os Estados Unidos, que teve um recuo de 24,13% nas compras do grão. O volume embarcado aumentou para o Reino Unido (13,77%), para a Eslovênia (13,46) e para a Suécia (3,20%).

De acordo com o relatório mensal, o consumo brasileiro de café em 2012 é estimado em 20,4 milhões de sacas, contra 19,72 milhões de sacas em 2011. Os estoques do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira) estão, atualmente, em 14 mil sacas.

FONTE: GLOBO RURAL ON-LINE

Cana exige dosagem exata de micronutrientes

Os micronutrientes mais aplicados na cana, com melhor resposta à produtividade, são boro (B), zinco (Zn) e molibdênio (Mo), seguidos por manganês (Mn) e cobre (Cu), estes com menor resposta à lavoura. "Encontramos mais resposta associando a correção do solo e o fornecimento de NPK de forma adequada ao solo,", diz José Marcos Leite, engenheiro agrônomo, doutorando em Solos e Nutrição de Plantas da ESALQ/USP. Além disso, o agricultor deve optar por fontes solúveis, como é o caso de sulfatos e oxisulfatos e quelatos, favorecendo a disponibilidade desses micronutrientes para a planta.

Passo a passo

O ideal, na implantação do canavial, é que seja feita a correção de solo com calagem, fosfatagem e gessagem, seguindo com a adubação com NPK, que são os macronutrientes e, por último, o ajuste fino, com os micronutrientes, em especial com boro, molibdênio e zinco.

José Marcos explica que o molibdênio tem duas principais funções na cana-de-açúcar: "A primeira é auxiliar no metabolismo da adubação nitrogenada da planta. Ele é cofator de uma enzima, a nitrato redutase, que auxilia no metabolismo do nitrogênio. Sua outra função é ser constituinte da enzima nitrogenase, a qual é essencial no processo de fixação biológica de nitrogênio que pode ocorrer em cana-de-açúcar por bactérias diazotróficas. O zinco, além de ser ativador de diversas enzimas, atua diretamente na fotossíntese na enzima anidrase carbônica, nas sínteses de fotoassimilados, aminoácidos, principalmente na sintetase do aminoácido triptofano, uma das vias que sintetiza a auxina, hormônio que estimula o crescimento e alongamento do caule e, principalmente, o enraizamento. Uma planta de cana-de-açúcar deficiente em zinco apresenta internódio mais curto e clorose interneval, seguida de amarelecimento da borda para o interior da folha", pondera o doutorando.

Já o boro tem várias funções na planta - atua na estrutura e funcionamento da membrana plasmática e está diretamente relacionado com o cálcio para a formação adequada da parede celular. Atua ainda na síntese e transporte de açúcares e também no balanço hormonal entre auxina e citocinina, dentre outras funções.

Nutrição exata

A quantidade de micronutrientes é calculada a partir da extração da planta por área. A conta, dada por José Marcos, é calculada sobre o que a planta precisa menos o que já existe no solo, vezes um fator. "Temos que levar em consideração o que a planta extrai menos o que tem no solo. Muitas das vezes esse fator é a eficiência do fertilizante utilizado e o tipo de solo; por exemplo, em solos arenosos, pode ocorrer a lixiviação de boro", ensina o especialista.

A cana apresenta uma exigência variada para cada nutriente. Citando como exemplo 100 toneladas por hectare da cultura de zinco, a necessidade da cana é de 600 a 900 gramas por hectare; de molibdênio, de 50 a 100 gramas; e de boro, de 300 a 400 gramas. "A extração é baixa, mas se faltar algum desses nutrientes, a planta pode apresentar deficiência, principalmente quando se corrige o solo, pois há uma correlação direta da correção do solo com o aumento do pH dele, diminuindo a disponibilidade de alguns micronutrientes, como zinco, cobre e manganês", justifica José Marcos.

Micronutriente x macronutriente

Tanto os micro quanto os macronutrientes são importantes. A principal diferença está na quantidade que a planta acumula. "O acúmulo de macronutrientes na planta se dá em quilos por hectare, enquanto que o de micronutrientes ocorre em gramas por hectare", esclarece o doutorando José Marcos.

Ainda segundo ele, macro e micronutrientes podem ser aplicados em conjunto, com misturas de fertilizantes: "Podem ser misturados com grânulos, mas a mistura precisa ser bem feita para não ocorrer segregação; pode estar aderido ao grânulo de fósforo (P) nos fertilizantes constituintes da mistura NPK, melhorando a uniformidade de distribuição; e pode ainda ser aplicado via solo junto com a adubação fluida, uma operação bastante comum em algumas usinas. Entretanto, o agricultor deve estar atento a doses maiores para produtos à base de sais, e a doses menores para os quelatilizados", alerta José Marcos.

No plantio do canavial, outra forma muito utilizada é aplicar o produto em solução na cobertura do tolete junto com os outros inseticidas, colocando os micronutrientes na forma solúvel. No fundo do sulco, quando for cobrir o tolete, o micronutriente já é aplicado com inseticida. "São três etapas com uma única operação. Essa é uma das formas mais eficientes", garante.

Outra forma de aplicação de nutrientes na cana-planta ou cana-soca é misturá-los ao herbicida, em solução, principalmente o boro. Entretanto, José Marcos faz saber que a dose a ser trabalhada tem que ser exata, pois erros podem resultar em toxidez. "No máximo deve-se colocar 1 kg/ha de boro", recomenda.

Já a cana-soca permite a aplicação via foliar ou solo, mas o doutorando adianta que a aplicação de micronutrientes que tem mais resposta é via solo, em cana-planta, e às vezes também a aplicação foliar, principalmente com o molibdênio associado à adubação nitrogenada.

Por não existir uma receita pronta é que o produtor deve levar em consideração cada área, talhão e região, e analisar os fatores separadamente. Para isso, é importante consultar um engenheiro agrônomo para analisar as informações e fazer a recomendação adequada.

Respostas precisas

Solos arenosos respondem mais à adubação com micronutrientes do que os argilosos, ainda que ambos reajam bem à nutrição. "Entretanto, se o agricultor não fizer a calagem, ele nunca terá respostas aos micronutrientes. Para a aplicação foliar dar certo, é preciso que ela seja feita no momento certo, ou seja, antes do máximo crescimento da cana, que acontece na época de verão, quando há chuva, umidade disponível e calor", recomenda José Marcos.

Cuidados importantes

Na compra do produto é importante observar as características físicas, principalmente solubilidade, para estar disponível à planta na época da aplicação. Além disso, José Marcos aconselha que o produtor fique atento às características do produto para evitar o entupimento do bico, assim como à procedência do fertilizante, que deve vir de uma empresa confiável, com garantias mínimas.

Não menos importante é considerar as fontes, como no caso do boro, em ácido bórico, zinco no sulfato de zinco, e molibdênio no molibdato de sódio ou amônio, e/ou os quelatos, que são fontes mais nobres.


FONTE: REVISTA CAMPO & NEGOCIOS

quarta-feira, setembro 12, 2012

Tratamento pós colheita na cultura do café

Na última terça-feira (dia 11/09/2012) foi realizado uma palestra com Professor José Braz Matiello, ele que é engenheiro agronomo e especialista em cafeicultura. O tema foi Tratamento pós colheita na cultura do café.
A palestra foi realizada na cidade de Monte Carmelo - MG, na presença de alguns clientes com alto potencial na cultura do café e com nossos fornecedores Agrovant e Scientia.

Obrigado a todos, em especial nossa equipe da filial de Monte Carmelo!!


(Clique na foto para ampliar)

terça-feira, setembro 11, 2012

Comercialização antecipada da safra 2012/2013 de soja atinge 43%


Compra de insumos e manutenção dos preços atraentes motivam produtores

Os produtores brasileiros de soja negociaram 43% da safra 2012/2013 de forma antecipada, segundo levantamento divulgado por SAFRAS & Mercado, com base em dados recolhidos até 6 de setembro. Em igual período do ano passado, a comercialização envolvia 22% e a média para o período é de 16%. Levando-se em conta uma safra estimada em 82,295 milhões de toneladas, o volume de soja já comprometido chega a 35,47 milhões de toneladas.

Já no comparativo com o relatório anterior o avanço foi de 4%, mostrando um fluxo mensal bem abaixo dos 8% anotados no ano passado e também sobre os 6% de 2010 e dos 5% da média histórica de cinco anos.

SAFRAS & Mercado inclui neste volume todas as formas de negócios que envolvam a nova produção, incluindo as trocas por insumos, as renegociações das perdas da safra atual e os negócios de pré-fixação.

A antecipação da compra de insumos pelos produtores para aproveitar as favoráveis relações de trocas com o preço do grão está entre as razões para a aceleração dos negócios da próxima safra. Além disso, os produtores apostam ainda na manutenção de preços futuros atraentes. Embora um pouco abaixo das bases atuais, as cotações seguem em elevação desde o início do ano, com patamares muito superiores aos anos anteriores.

Safra 2011/2012

Os produtores brasileiros de soja negociaram 97% da safra 2011/2012. Em igual período do ano passado, a comercialização envolvia 81% e a média para o período é de 85%. No levantamento anterior, o número era de 95%. Levando-se em conta uma safra estimada em 66,331 milhões de toneladas, o volume de soja já comprometido chega a 64,020 milhões de toneladas

FONTE: GLOBO RURAL ON-LINE

Disputa por soja consome estoques

Os preços recordes estão estimulando os maiores produtores globais de soja a rasparem seus estoques. O consumo mundial supera a produção em 18 milhões de toneladas em 2011/12, levando os principais produtores a esvaziarem armazéns. As consequências diretas são a sustentação das cotações recordes e o aumento da influência da próxima colheita - a da América do Sul.

Somente o Brasil está "queimando" mais de 2 milhões de toneladas de suas reservas às vésperas de uma safra acima de 80 milhões (t), que promete colocar o país na condição de maior produtor e exportador. Das mais de 3 milhões de toneladas que estavam armazenadas no início do ciclo, devem sobrar menos de 1 milhão, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Nos Estados Unidos, que enfrentaram seca histórica, a previsão é de queda de 5,8 milhões para 4,6 milhões de toneladas no estoque de soja.

"A demanda é relativamente inelástica no momento. Havendo qualquer tipo de problema na safra sul-americana [que chega ao mercado de forma expressiva a partir de fevereiro], vai faltar muita soja", diz Pedro Dejneka, analista da Futures International, de Chicago (Estados Unidos). Ano passado, houve quebra no Sul do Brasil, na Argentina e no Paraguai. "O mundo precisa da América do Sul mais do que nunca."

O aperto entre oferta e demanda até o início da colheita sul-americana anuncia risco crescente de racionamento. Confirmada a boa produtividade, a expectativa é de reequilíbrio a partir de fevereiro. "Não gosto nem de pensar na possibilidade de frustração de safra na América do Sul", frisa Stefan Tomkiw, vice-presidente de futuros da The Jefferies Bache, de Nova York.

Para os analistas, o desabastecimento vem sendo embutido nas cotações negociadas na Bolsa de Chicago. No caso da soja, a alta acumulada é de 70% em nove meses - de US$ 12,18 por bushel em janeiro para mais de US$ 17 por bushel. Mesmo assim, o consumo segue firme.

"Quem pode comprar agora está comprando, para ter proteção de estoques pelo menos até o final do ano. Os preços só irão baixar consideravelmente quando a demanda acumulada for suprida", analisa Dejneka.

O mercado não descarta redução de estoques mais forte que a previsto pela Conab no Brasil. A indústria admite que precisa de 3 milhões de toneladas de soja cumprir sua meta de processamento deste ano.

A escassez no brasileiro começou a se desenhar há um ano. O potencial da última safra, que era de 75 milhões de toneladas, foi derrubado para cerca de 66 milhões devido à seca do último verão. "Como a demanda interna é praticamente a mesma, o consumo dos estoques foi basicamente para a exportação", afirma Glauco Monte, analista da FC Stone, de São Paulo.

"Produzimos menos e exportamos mais", resume Aedson Pereira, da Informa Economics FNP, em relação ao ritmo das vendas brasileiras de soja neste ano. Foram exportadas cerca de 30 milhões de toneladas de soja em grão, 17% mais do que no ano passado. Quase toda a demanda extra é sustentada pela China. No mesmo período do ano passado, as compras chinesas totalizaram 17,5 milhões de toneladas.

Para o próximo ano, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), prevê que o consumo mundial de soja vai crescer 6 milhões de toneladas e beirar os 257 milhões de toneladas (veja no gráfico). Sozinho, o Brasil ficará responsável por embarcar 38 milhões de toneladas, conforme projeção da Informa.

Brasil está de olho em reservas de países vizinhos - O comércio de estoques não se restringe ao Brasil. O próprio país está prestes a ampliar a importação de soja. Argentina, Paraguai e até mesmo o Uruguai podem ajudar no abastecimento do mercado brasileiro até a entrada da próxima safra.

"Em janeiro de 2013 [quando a colheita brasileira terá apenas começado], vamos ter que trazer soja de algum lugar e provavelmente seja de um país do Mercosul, que também precisará exportar um pouco de seu estoque", avalia Aedson Pereira, analista de mercado da Informa Economics FNP. A quebra do verão passado também afetou os vizinhos do Brasil.

O fornecedor brasileiro mais provável, considerando o volume da produção, a Argentina deve fechar o ano com reservas reduzidas à metade das registradas no final de 2011 - a 2,2 milhões de toneladas. Por ter um baixo consumo interno, o Uruguai também passa a ser assediado, avalia Pereira.

Segundo a Informa, as importações brasileiras devem somar até 300 mil toneladas até a chegada da nova produção. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que 50 mil toneladas serão trazidas do exterior, mas deve revisar seus números até dezembro. No ano passado, o Brasil buscou 41 mil toneladas de soja em grão, segundo a Conab.


FONTE: GAZETA DO POVO

segunda-feira, setembro 10, 2012

Fertirrigação garante bons resultados em agrião


A fertirrigação é o método da aplicação de adubo via água de irrigação. Aproveitamos a água da irrigação e acrescentamos os adubos necessários ao desenvolvimento da cultura, dividindo a operação em várias etapas durante o ciclo da cultura.

Os nutrientes são diluídos em água, podendo ser: nitrogênio, potássio, fósforo etc., sendo em sua maioria macronutrientes. De maneira geral, como a dosagem requerida dos micronutrientes é muito pouca em relação à dos macros, eles são aplicados no solo ou via pulverizações na planta.

Vantagens

A fertirrigação garante maior absorção pela planta dos nutrientes, que ficam mais tempo em disponibilidade e próximos às raízes. Nos cultivos normais, faz-se de uma a três adubações em cobertura manualmente ou com máquinas, e na fertirrigação podem-se aplicar os nutrientes toda vez que se for irrigar a cultura, o que é bastante vantajoso para os cultivos, principalmente para hortaliças.

O caso do agrião

A técnica da fertirrigação foi desenvolvida principalmente para irrigação localizada, como gotejamento e microaspersão, mas no Brasil e no cerrado já é bastante utilizada em sistemas por aspersão e pivô central, com bons resultados.

Especificamente no cultivo de agrião, a fertirrigação é utilizada em sistemas por aspersão, microaspersão e gotejamento. Na aspersão, geralmente se faz uma adubação de plantio com auxílio de máquinas ou manualmente. As adubações de cobertura são feitas via fertirrigação, principalmente as de nitrogênio e potássio No sistema por gotejamento, a adubação via fertirrigação é bastante comum.

Normalmente, aplica-se 20% do nitrogênio no primeiro terço da cultura, e os outros 40% do nutriente vão de 1/3 do crescimento a 2/3, sempre divididos ao longo do ciclo da cultura de acordo a curva de absorção do agrião.

É essencial para uma aplicação eficiente dos nutrientes via água de irrigação que a técnica seja baseada na curva de absorção do nutriente.

Frequência da irrigação

A frequência da fertirrigação depende, além das necessidades da cultura, do sistema de irrigação usado pelo produtor. Normalmente, em hortaliças aplicam-se fertilizantes quando se irriga, ou seja, depende da frequência de irrigação planejada para aquele tipo de cultura e condição edafoclimática local.

Na irrigação de plantas folhosas, não há mais de dois dias de intervalo entre uma aplicação e outra, pois essas culturas possuem alta demanda hídrica - 98% da alface, por exemplo, é água. Com a fertirrigação, a planta tem nutriente por mais tempo e de forma mais disponível ao longo do seu ciclo.

Equipamentos para a fertirrigação

São vários os tipos de equipamentos indicados para a fertirrigação, mas os mais comuns são os do tipo venture. Há, ainda, as bombas injetoras de vários tipos, como as bombas injetoras de pistão. Para estufas, é comum o uso de bombas hidráulicas e também elétricas, disponíveis em várias vazões de injeção.

A escolha dos adubos para aplicação via fertirrigação é uma etapa importante para a obtenção de bons resultados, porém o que se encontra é o uso de adubos comerciais de baixa qualidade física e baixa solubilidade, que ocasionam entupimentos de gotejadores e microaspersores, além de aumentar as corrosões das partes metálicas do sistema hidráulico.

Para aumentar a eficiência da operação, o adubo teve ter qualidade física e alta solubilidade. Em sistema de irrigação por gotejamento, devido aos pequenos orifícios de saída, o uso de adubos de baixa qualidade ocasiona bastante entupimento, e por isso o cuidado deve ser maior com esse sistema.

Respostas imediatas

Todas as culturas que conheço e com as quais já trabalhei, desde cana até uva e manga, respondem bem à fertirrigação. Claro que esse investimento não compensa para algumas culturas, mas para hortaliças é sempre viável, principalmente a aplicação de fontes de nitrogênio e potássio.

Cuidados

Normalmente, utiliza-se a aplicação de fósforo via solo, por ocasião do plantio, pois é um elemento pouco solúvel em água. Alguns produtores utilizam a aplicação de fósforo via água de irrigação. Para sua aplicação, é preciso certos cuidados, como, por exemplo, não misturar fosfato monoamônico ou monopotássico com nitrato de cálcio, pois formarão precipitados de cálcio.

A própria Embrapa já fez muitas publicações a respeito do que se deve ou não misturar, lembrando que nem todo adubo pode ser usado para fertirrigação ou misturado.

Na aplicação de fertilizantes via irrigação (fertirrigação), normalmente o sistema é ligado, sem injetar fertilizante, por 1/4 de hora do tempo de irrigação. Logo após, aplica-se o adubo nos 2/4 de hora do tempo de irrigação e deixa-se 1/4 do tempo final para lavar novamente o sistema de irrigação.

A lavagem do sistema de irrigação com água pura (sem adição de adubo) é essencial, pois além de carrear adubos para as proximidades das raízes da cultura, aumenta a vida útil dos equipamentos, já que a maioria dos produtos usados é corrosiva.

Sistema próprio

O sistema de irrigação localizado é próprio para ser usado com a técnica da fertirrigação. Para a hortaliça, a fertirrigação é essencial, principalmente para os pequenos e médios produtores, pois além da economia com uso de fertilizantes, pode-se ganhar tempo fazendo outras tarefas e/ou economizar na contratação de mão de obra rural, cada vez mais escassa nos tempos atuais.

Com a técnica da fertirrigação, o produtor põe o fertilizante na área, na hora e/ou quantidade que desejar ao longo do ciclo da cultura. Como o ciclo de produção das hortaliças, em sua maioria, é curto, elas têm que ser bem nutridas, e a fertirrigação facilita em muito a obtenção do potencial de produção dessas culturas.

FONTE: REVISTA CAMPO & NEGOCIOS

quinta-feira, setembro 06, 2012

Sustentabilidade agrícola é o caminho para o futuro


Aumentar a produtividade sem tomar mais terras já é uma realidade no Brasil. Conseguimos produzir, atualmente, 160 milhões de toneladas de grãos em cerca de 200 milhões de hectares, uma área ocupada pela agricultura e pecuária. Mas pesquisadores da Embrapa garantem que esse número pode ser dobrado, sem que para isso precisemos prejudicar o meio ambiente.

"Os sistemas de produção integrados, como a Integração Lavoura-Pecuária (iLP) e a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), se adotados em todas as regiões produtivas, permitem recuperar as áreas de pastagem que já estão com algum nível de degradação, elevando a produtividade tanto de grãos e fibras quanto de produção de carne", afirma Euclides Maranho, analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste.

Na mesma área em que hoje se produz cerca de 160 milhões de toneladas, podem-se obter seguramente 300 milhões de toneladas. Para tanto, pontua o pesquisador, é necessária a criação de uma política agrícola de longo prazo, com planejamento, considerando cenários, oportunidades, ameaças e, principalmente, definindo estratégias que deverão ser adotadas de forma articulada, visando ao alcance do objetivo traçado.

Modernização do setor

O agricultor está atento às modernas inovações e, dentro de suas possibilidades, moderniza suas máquinas, adota novas tecnologias, mesmo sendo penoso e pairando dúvidas quanto ao retorno de seus investimentos.

Lado a lado com essa modernização, o analista de pesquisa na área de Economia Rural da Embrapa Agropecuária Oeste, Alceu Richetti, lembra que a pesquisa tem ajudado os produtores a produzir mais em menor área. "Para isso, basta observar a produtividade da soja no Brasil, que em 1990 era de 1.732 kg/ha, e hoje é de 2.660 kg/ha, um acréscimo de 53,6%. Isso graças à introdução de cultivares de soja adaptadas às condições locais e mais produtivas, a adequadas técnicas de cultivo e de manejo de pragas e à modernização dos métodos de gestão da propriedade rural", enumera.

Ainda como técnicas para produzir mais com menos recursos, Euclides Maranho destaca os sistemas de produção integrados, a realização da inoculação e o tratamento de sementes, além da adoção do Manejo Integrado de Pragas (MIP).

Análise de perto

A sustentabilidade não pode ser analisada só pela agricultura. "Precisamos entender que o produtor só produz mais porque do outro lado existe uma demanda cada vez mais audaciosa. A agricultura carrega um fardo muito pesado, o de que é a que polui, a que destrói, e assim por diante. Pelo que me consta, a grande maioria dos rios são poluídos no setor urbano; as grandes cidades não preservam a mata ciliar dos rios, ou será que São Paulo ou Porto Alegre, por exemplo, preservam a mata ciliar dos rios Tietê ou Guaíba? O leite, por exemplo, sai da unidade de produção rural e chega até a cidade em grandes tanques, que são reutilizáveis. Posteriormente, o produto sofre o processo de agroindustrialização, sendo embalado em caixas ou outras embalagens que, na sua grande maioria, após o consumo do produto, vão para os lixões ou o fundo do leito de córregos e rios, e algumas demoram mais de cem anos para serem deterioradas pelo meio ambiente", desabafa Maranho.

Obviamente, completa, se a sustentabilidade puder ser construída a partir de um pensamento comum, de que todos participem, a agricultura será uma das grandes beneficiadas, já que em seus processos de produção podem ser inseridas tecnologias ambientalmente corretas - as matas ciliares e APP's previstas no novo Código Florestal, após aprovado, com certeza serão repostas e preservadas.

Bom para o produtor e para o meio ambiente

Importante lembrar que os agricultores que praticam a agricultura com baixa emissão de gás carbônico e, principalmente, que desenvolvem atividades que promovem o sequestro de carbono, podem ter uma renda alternativa na venda dos créditos de carbono. "Assim, se todos os processos de produção, agregação de valores, distribuição e consumo dos alimentos forem em busca da sustentabilidade, com certeza não só a agricultura, mas todos os seres que habitam este planeta serão os grandes beneficiados", avalia Euclides Maranho.

Para ele, por uma questão óbvia, a região Norte do Brasil, onde está a Amazônia, é aquela que mais está sendo questionada quanto à sustentabilidade. Nessa região, já houve ações de sequestro de animais criados em áreas de APP's ou reservas legais.

O Código Florestal prevê que 80% da área seja preservada com a vegetação nativa, além de considerar que grandes áreas são preservadas com parques nacionais ou reservas indígenas. No entanto, pela maior densidade demográfica e pela alta atividade das regiões Sul e Sudeste, existem bons exemplos de ações desenvolvidas com o intuito de promover a agricultura sustentável, a exemplo do crescente aproveitamento de resíduos agroindustriais para a cogeração de energia; do aumento considerável do sistema de plantio direto, ou do plantio com o mínimo de revolvimento do solo; da redução de utilização de nitrogênio na agricultura devido à prática da inoculação de organismos que promovem a fixação de nitrogênio atmosférico, entre outras.

A região Centro-Oeste, que é responsável pela produção de um grande volume de produtos da agricultura, por ser um bioma vulnerável devido a grandes estiagens, à fragilidade de sua vegetação nativa e dos solos, na sua grande maioria com menores teores de argila, o que facilita a rápida exaustão de sua capacidade produtiva, precisa de algumas ações no sentido de definir até quando os recursos naturais podem oferecer condições para a obtenção de resultados tão significativos quanto os que estão ocorrendo atualmente.

O pesquisador Euclides Maranho não tem dúvidas de que ainda existem muitas áreas a serem inseridas no processo, o que deverá proporcionar um crescimento enorme do volume de produção.

FONTE: REVISTA CAMPO & NEGOCIOS

Milho: Acordando para a nova realidade

Situação Mundial




Em momentos de crise, é comum a ansiedade tomar conta da situação, gerando ainda mais incertezas em relação ao futuro. O resultado é que os números discutidos costumam ser muito piores do que os observados quando a poeira assenta. Infelizmente, esse não parece ser o caso da atual seca nos Estados Unidos. No relatório de agosto do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), relativo às estimativas de oferta e demanda da agricultura, a projeção para a próxima safra de milho do país caiu mais 55 milhões de toneladas em relação ao projetado anteriormente. Quando comparada à projeção do mês de julho, essa queda alcança mais de 100 milhões de toneladas. Apesar de estar aquém do projetado no início da safra, a projeção anterior de 329 milhões de toneladas ainda seria a segunda maior colheita da história norte-americana, mas segundo o USDA esse valor cairá para 273 milhões (quantidade semelhante à obtida na safra 2006/07). Esse número não muda a posição norte-americana de maior produtor mundial de milho, mas os seus efeitos sobre o amanhã podem ser profundos. A boa notícia é que, nos últimos relatórios sobre a seca, parece que a mesma deu uma trégua no cinturão do milho, apesar de que o estrago já foi feito.

Devido à complexidade da cadeia produtiva do milho (há mais de 3.500 usos diferentes para esse cereal nos Estados Unidos), o aumento de preços deve ser generalizado, se difundindo ao longo da cadeia produtiva do milho (avançando, principalmente, para o setor de aves, suínos, carne de boi e laticínios). Há anos tem se discutido o perigo futuro da inflação de alimentos, decorrente da incapacidade de atender ao acréscimo da demanda derivada do aumento tanto da população como da renda a nível mundial. Parece que o futuro é agora, pois a seca nos Estados Unidos pode ter encerrado o ciclo de alimentos baratos. Assim, é preciso acordar para a nova realidade. O índice de preços da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 6% apenas em julho e deve subir novamente no levantamento de agosto. Dependendo das respostas das lavouras no próximo ano, o patamar de US$ 8,00 por bushel (US$ 338,57 por tonelada) nos Estados Unidos se tornará um piso, ao invés de teto, para os preços do cereal. Segundo o Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT), para os preços do milho se manterem estáveis nas próximas quatro décadas, a produtividade deve crescer em 1,7% a.a. Essa taxa de crescimento é inferior à que se observou ao longo das últimas quatro décadas, no Brasil e no mundo, mas o problema é que agora precisar-se-á aumentar a produtividade com a utilização de menos insumos e condições climáticas mais adversas.

Para piorar, se os países exportadores passarem a restringir exportações para manter o suprimento interno em níveis seguros, a situação se agravará. No caso do milho especificamente, dois dos grandes players mundiais, Argentina e Ucrânia, possuem longa tradição de controlar exportações para segurar preços internos. Segundo o banco de investimentos Barclays, há uma alta probabilidade de que restrições comerciais apareçam nos países produtores e exportadores da região do Mar Negro (grande exportadora de trigo e, agora, de milho). O resultado pode ser uma nova crise alimentar como a ocorrida em 2007/08.

No final das contas, os mais pobres acabam sofrendo um impacto maior com a escalada de preços. O New York Times reportou, recentemente, que países africanos como Costa do Marfim, Mali e Niger estão derrubando tarifas de importação para segurar a alta dos preços de alimentos. O objetivo desses países é evitar as revoltas ocorridas em decorrência da crise alimentar de anos atrás. Por outro lado, preços mais altos podem incentivar a implantação de políticas de incentivo à produção interna nos países dependentes de importações de produtos agrícolas. O problema é que alguns dos países subdesenvolvidos que se defrontam com tal situação costumam responder aos estímulos de forma ineficiente.

Situação Interna

No décimo primeiro levantamento de safra de milho no Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou um acréscimo de quatro milhões de toneladas acima da estimativa que consta do estimado no levantamento anterior. De aumento em aumento, a produção estimada na segunda safra foi para 38,56 milhões de toneladas. Essa é uma informação emblemática, pois confirma a segunda safra de milho como a maior do Brasil. Assim, somando ambas as safras, a produção brasileira de milho no momento está estimada, segundo a Conab, em 72,78 milhões de toneladas. As estimativas finais não devem destoar desse valor, o que garante a safra de milho 2012/13 como a maior da história do Brasil, valor 24% superior à segunda maior colheita já obtida e 27% superior ao colhido em 2010/11.

O resultado final é um imenso estoque de milho, que tem que ser escoado até a entrada da safra de soja. A salvação foi a seca norte-americana, que elevou a níveis estratosféricos os preços do milho nos mercados internacionais. O problema é que, para isto, será necessário que o país exporte mais de 14 milhões de toneladas de milho (mesmo assim, vai sobrar um estoque de passagem de 14 milhões de toneladas, com potencial para afetar os preços na próxima safra). Qual a dificuldade dessa situação? Caso exportemos os mesmos quantitativos que foram alcançados nos meses do segundo semestre de 2010 (ano recorde das exportações brasileiras de milho), chegaremos ao fim do ano com um montante de 12 milhões de toneladas. Com as exportações de janeiro e fevereiro de 2013, poderemos chegar aos 14 milhões sem forçar a infraestrutura brasileira além do que já se verificou em anos passados. O real problema começa aí, com o início das exportações de soja. O preço mais alto da soja torna-a prioritária no espaço reduzido de nossos portos.

No que diz respeito ao consumo interno, ajustes terão que ser efetuados pelos setores de produção de carne. Isto se dá em decorrência da elevação dos preços internacionais do milho, caso o mesmo não ocorra em relação aos preços de carnes de aves e suínos. Como isto também vai acontecer, ainda é muito cedo para especular sobre o que vai ser o mercado de milho no próximo ano. A única certeza é que teremos mais um ano de preços elevados, tanto de milho como de carnes.

Como isto afeta os agricultores? De um lado, temos preços muito estimulantes nesta altura do ano (tão estimulantes que as empresas de insumos já começam a ensaiar aumentos nos preços de seus produtos). O contraponto é que os preços da soja também estão em alta (e devem continuar) e a queda de braço entre soja e milho pela área disponível para plantio vai se verificar durante a instalação da safra de verão. Vai sobrar para as áreas com pastagem (e, dentre elas, aquelas ditas degradadas – o que pode ser uma ótima oportunidade para iniciar um processo de recuperação das pastagens ou mesmo de transição para o sistema de integração lavoura-pecuária).

A primeira informação relativa à mencionada queda de braços vem do Rio Grande do Sul, onde levantamentos preliminares da Emater-RS indicam uma redução de 6% na área plantada com milho (o que significa um retorno à área plantada com este cereal para o quantitativo de 2010). Sendo que essa redução pode chegar a 12%, segundo o levantamento realizado pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do sul (Farsul).

O ano agrícola 2011/12 ficará marcado na história da cultura de milho no Brasil como um divisor de águas. No ano que passou, acompanhamos uma série de eventos que deverão reestruturar os mercados interno e mundial de milho. Internamente, tem-se o Centro-Oeste se tornando a maior região produtora de milho no país, algo que deve se consolidar nos próximos anos. Em decorrência disso, a segunda safra também se estabelecerá como a maior safra, o que fará a expressão “safrinha” cair definitivamente em desuso. Externamente, a progressiva diminuição do market share dos Estados Unidos no comércio mundial se acentuará com a seca que o país vem passando. Tal evento climático adverso também colocou em cheque a nova matriz energética norte-americana, que, se sustentada, pode induzir a uma crise mundial de alimentos. A realidade mudou, mas acordamos para ela?

FONTE: PORTAL DO AGRONEGÓCIO

quarta-feira, agosto 29, 2012

Rentabilidade da soja será recorde na safra 2012/13

Perspectiva é de renda média de R$ 1.463 por hectare para agricultores do Mato Grosso

O produtor brasileiro de soja deve registrar uma das melhores rentabilidades obtidas no país na safra 2012/13, quando a perspectiva é de uma renda média de R$ 1.463,00 por hectare no caso dos produtores de Mato Grosso. O cálculo foi apresentado pelo consultor André Pessoa, da Agroconsult Consultoria durante palestra no 2º Congresso Brasileiro de Fertilizantes, realizado segunda-feira (27/8), em São Paulo. Nos próximos cinco anos, no entanto, amargem de lucro da atividade pode reduzida pela metade. Projeções da Agroconsult apontam para uma renda média de R$ 622 por hectare na safra 2015/16, que poderá cair para R$ 580 em 2016/17.

“Em 2017 teremos registrado uma década de lucros e neste cenário entendo que a oferta de crédito será uma ferramenta a mais para o produtor e não a oxigenação da atividade”, disse. Para Pessoa, nesse ritmo, o produtor de soja do Brasil vai andar de turbante (analogia com os produtores depetróleo árabes). Os bons preços da soja – registrados a partir da safra de 2007 -- refletem a demanda em alta e os estoques apertados, já pelo sexto ano consecutivo. A expectativa de recuperação do nível de produção e darecomposição dos estoques mundiais nos próximos cinco anos deve achatar um pouco a margem da atividade.

Segundo o especialista, com margens melhores desde 2007, os agricultores brasileiros estão conseguindo elevações expressivas em sua renda e necessitam cada vez menos de crédito. Pelas contas de Pessoa, a rentabilidade da atividade foi de R$ 627 em 2007, caiu para R$ 465 em 2009 e voltou a subir para R$ R$ 1006 em 2011. “Em 2007, para cada R$ 1,00 que o agricultor colocava no financiamento do plantio da soja, pegava outros R$ 19,00 de crédito. Isso veio caindo e, em 2011, para cada R$ 1,00 próprio, ele só pegava R$ 3,00. Para a safra 2012/13, para cada R$ 1,00 próprio, ele só tomará mais R$ 1,00 de crédito”, completa Pessoa.

O quadro, de acordo com o consultor, pode ficar ainda mais favorável ao produtor brasileiro em função da quebra desafra americana, prejudicada pela seca. Os levantamentos recentes indicam um declínio de 17 milhões de toneladas na produção americana de soja, na comparação com a safra do ano passado, fato que tende a elevar ainda mais os preços da commodity. “Se somarmos as perdas em todas as lavouras americanas neste ano, os Estados Unidos estão deixando de produzir o volume que o Brasil produz ao ano”, diz.

Também os sinais vindos da China são favoráveis ao produtor brasileiro de soja, assim como das demais culturas de grãos. Segundo Pessoa, a desaceleração econômica na China é acompanhada de uma mudança no perfil econômico do gigante asiático. “O rearranjo chinês é na direção de uma diminuição dos investimentos em infraestrutura com prioridade para as aplicações em consumo. Daí que não se prevê redução nas importações de commodities agrícolas, mas talvez até um crescimento”, finaliza ele, lembrando que este ano as importações de milho da China já somaram 10 milhões de toneladas e que para 2015 devem estar na casa de 18 milhões de toneladas. “O ingresso da China na importação de milho é o grande destaque da safra atual e as compras chinesas no mercado externo serão crescentes nos próximos anos”, diz.

FONTE: GLOBO RURAL

segunda-feira, agosto 27, 2012

Exportação de café da América Central e Colômbia sobe 49% no mês



As exportações durante os primeiros 10 meses da temporada de colheitas de 2011/12 ficaram em 23,4 milhões de sacas, um aumento de 1,13 por cento em comparação com o mesmo período na temporada de 2010/11


As exportações de café da América Central, México, Colômbia, Peru e República Dominicana aumentaram 49,6 por cento em julho, em comparação com o mesmo período no ano anterior, atingindo o volume de 2,9 milhões de sacas de 60 kg no mês, segundo informações da Anacafe, a associação de café da Guatemala, divulgadas nesta terça-feira.

As exportações durante os primeiros 10 meses da temporada de colheitas de 2011/12 ficaram em 23,4 milhões de sacas, um aumento de 1,13 por cento em comparação com o mesmo período na temporada de 2010/11, disse a Anacafe, que reúne números da região, que produz principalmente arábica.

O aumento nas exportações se deveu aos preços mais altos do café em julho, que encorajaram produtores a vender mais, disse um dirigente da Anacafe. Os preços mais altos foram resultado da seca severa seguida por chuvas fortes no Brasil, o maior produtor mundial.

Para uma tabela completa das comparação entre as exportações mensais de café de cinco países produtores da América Central e México desta temporada e da anterior.

FONTE: PORTAL DO AGRONEGOCIOS

terça-feira, agosto 21, 2012

Preço do milho no país cai na semana; colheita pressiona, informou Céleres

SÃO PAULO (Reuters) - Os preços do milho no Brasil cederam na última semana pressionados pelo avanço de uma colheita recorde da segunda safra e também com produtores realizando vendas pela necessidade de fazer caixa para a próxima temporada, informou nessa segunda-feira (20) a consultoria Céleres.

A semana encerrada na sexta-feira acumulou perda de 2,1 por cento nas cotações, na comparação com a semana anterior, na média das principais praças pesquisadas.

"Os preços do milho estão apresentando desvalorização frente à necessidade do produtor de fazer caixa para comprar os insumos da nova safra", disse a Céleres em relatório semanal.

"A entrada dos produtos da safra de inverno também tem oferecido pressão aos preços do milho no mercado brasileiro", completou a consultoria.

No entanto, a cotação média do milho nas praças pesquisadas pela Céleres ainda acumula alta importante em 30 dias, com o mercado doméstico refletindo a disparada nos preços internacionais, pela seca nos Estados Unidos.

Em Rondonópolis (MT), a saca de milho foi negociada a 24,70 reais na sexta-feira, com queda de 3,1 por cento em relação à semana anterior. Na comparação com 30 dias atrás, a Céleres registrou alta de 18 por cento.

A queda semanal também foi registrada no indicador Esalq/BM&FBovespa para o milho, com base em Campinas, que entre os dias 13 e 17 de agosto teve perdas de 1,52 por cento.

Já na comparação com a cotação 30 dias antes, houve alta acumulada de 9,17 por cento, segundo indicador da Esalq.

As cotações no Brasil vêm seguindo a tendência dos mercados internacionais. O milho na bolsa de Chicago acumula alta de quase 50 por cento desde o início de junho, em função de uma forte seca nos Estados Unidos, que está diminuindo drasticamente as perspectivas de colheita no principal exportador mundial do cereal.

A alta no produto, o principal para a ração de frangos, está levando a indústria a cortar a produção, conforme afirmou à Reuters na sexta-feira o presidente da União Brasileira de Avicultura.

COLHEITA

A colheita da safra de inverno de milho atingiu, até sexta-feira, 78 por cento da área cultivada, com evolução de 7,6 pontos percentuais ante a semana anterior, disse a Céleres.

Na mesma semana da safra anterior o ritmo era menor, com a colheita tendo sido realizada 71,7 por cento da área plantada.

Os trabalhos de campo foram ajudados pelo "clima favorável", disse a consultoria.

O Estado de Mato Grosso, que encerra uma "safrinha" recorde de milho , já teve 99 por cento da área colhida, disse a Céleres.

Em Goiás, os trabalhos foram concluídos em 85 por cento da área.

Os produtores do Paraná já colheram 65,5 por cento da área.

(Por Gustavo Bonato)

FONTE: REUTERS

Brasil lidera fornecimento de soja para China no ano

Os desembarques de soja brasileira na China em julho somaram 3,8 milhões de toneladas, alta de 10,5%


Soja: e, dessa forma, o Brasil superou momentaneamente os Estados Unidos como o maior fornecedor da oleaginosa ao país asiático

São Paulo - A China importou 17,08 milhões de toneladas de soja do Brasil entre janeiro e julho, e o país sul-americano passou a liderar a lista de fornecedores da oleaginosa para o maior importador global do produto, de acordo com dados da alfândega chinesa divulgados nesta terça-feira.

Os desembarques de soja brasileira na China em julho somaram 3,8 milhões de toneladas, alta de 10,5 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado.

E, dessa forma, o Brasil superou momentaneamente os Estados Unidos como o maior fornecedor da oleaginosa ao país asiático.

No acumulado do ano até julho, as importações chinesas de soja do Brasil acumulam alta de 57,8 por cento. Já os desembarques do grão dos EUA na China até o mês passado somaram 14,99 milhões de toneladas, queda de 1,77 por cento ante o mesmo período de 2011.

Neste ano, os chineses aceleraram as compras de soja do Brasil visando garantir a oferta após uma seca em lavouras do Sul brasileiro e também na Argentina.

Dependendo do período do ano, brasileiros e norte-americanos alternam a liderança no fornecimento de soja para a China. O Brasil terminou de colher a oleaginosa há alguns meses, enquanto os EUA estão na entressafra, próximos de iniciar a colheita.

Em 2012, entretanto, o Brasil ocupou espaço dos norte-americanos, com estoques baixos nos EUA, segundo especialistas.

Além disso, os EUA vêm sofrendo recentemente uma das piores secas em mais de meio século.

Brasil e EUA disputam a liderança nas exportações mundiais. Na nova safra (2012/13), se os brasileiros tiverem uma boa colheita, o país poderá superar os norte-americanos, cuja produção foi quebrada pela seca que atinge o Meio-Oeste.

Ao todo, a China comprou no acumulado do ano até julho 34,9 milhões de toneladas, alta de 20 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado.


FONTE: EXAME.COM

segunda-feira, agosto 20, 2012

Brasil importa quase totalidade da pera consumida


A comercialização de pera no Brasil é fortemente dependente de importação, podendo atingir até 90% da fruta fresca consumida. O plantio de cultivares de baixa qualidade tem favorecido a importação de peras finas, principalmente da Argentina e do Chile.

Da Argentina é importada mais de 85% da pera europeia consumida no Brasil. O total de importação, em 2009, foi de 161.875 t, e em 2010 de 189.840 t, representando uma perda de divisas de 134,8 e 161,9 milhões de dólares, respectivamente.

As importações se caracterizam, essencialmente, por peras do tipo europeia, sendo que as do tipo asiático têm sido importadas em pequenas quantidades do Chile.

Oferta x demanda

A pera apresenta algumas contradições no Brasil, tanto em relação à produção quanto ao consumo. "Trata-se de uma das principais culturas de clima temperado, sendo a terceira mais consumida e a mais importada, justamente porque não existe uma produção nacional expressiva. Hoje ela se mantém em pouco mais do que 10% das necessidades de consumo, e por isso quase toda a pera disponível nos mercados brasileiros é de fora", lamenta José Francisco Martins Pereira, engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Clima Temperado.

Segundo ele, o consumo atual no Brasil supera as 150 mil t/ano, e a maior parte das frutas vem da Argentina, EUA, Portugal, Uruguai e Chile, com pequenas variações na oferta de ano para ano, em função das regras de mercado. A expectativa de consumo interno são ainda mais promissoras, podendo chegar facilmente a 300 mil t/ano. Há, portanto, um grande espaço para se produzir pera no Brasil.

Ao longo dos anos, foram realizadas introduções de cultivares, principalmente do tipo europeia, de grande valor comercial, porém os resultados não foram bons, devido a problemas de baixa taxa de transformação floral, elevado índice de abortamento de gemas florais em cultivares de média necessidade de frio e indefinição de porta-enxerto.

Mesmo quando ocorre bom índice de formação de flores, a frutificação efetiva é baixa, devido a problemas de polinização. "Contudo, algumas iniciativas de produtores vêm demonstrando que é viável a produção de pera no Brasil, inclusive alcançando rentabilidades superiores à obtida com macieira, visto que a maçã nacional já atingiu o limite da demanda do país. Produtores que investiram na cultura têm tido bom retorno econômico, mesmo com baixa produtividade, até mesmo por meio da utilização de cultivares de baixa qualidade, como Kieffer, Le Conte, Garber etc. Isso se deve a pouca oferta de pera no mercado consumidor", avalia José Francisco.

Uma pereira pode produzir, em média, 45 kg de frutos por ano, podendo chegar, em alguns casos, a 140 kg/ano. A produção torna-se comercialmente atrativa após o quinto ano. Após a colheita, os frutos devem ser armazenados sob refrigeração, para uma melhor conservação, apesar de se manterem bem, sem refrigeração, por até 20 dias.

Variedades

São três os tipos de pereiras cultivadas comercialmente no Brasil. A Pyrus communis, conhecida como europeia ou manteigosa, é a mais cultivada no mundo, sendo considerada a mais deliciosa das frutas, combinando textura sucosa e manteigosa com a insuperável fineza de sabor e aroma. A Pyrus pyrifolia, também conhecida como pera asiática, oriental ou arenosa, surgiu independentemente no Japão e na China. Produz frutas de forma redonda oblata de textura crocante, sucosa, doce, com bom sabor e pouco aroma. E finalmente a híbrida, em geral resultante de cruzamento entre a europeia e a asiática, que é a mais plantada no Brasil, e produz frutas de forma piriforme a oblonga, de textura entre manteigosa e crocante, com qualidade aceitável.

Exigências climáticas

O pesquisador José Francisco informa que as cultivares de pereiras europeias são mais exigentes em frio e recomendadas para os altiplanos dos estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. Devem ser colhidas ainda meio verdes e completar a maturação em câmaras frias.

As cultivares de pereiras asiáticas são menos exigentes em frio hibernal e também recomendadas para os altiplanos dos três estados sulinos e algumas regiões, como da fronteira gaúcha, região de Curitiba etc. Devem ser colhidas maduras, exigindo cuidados especiais no manuseio.

As cultivares de pereira híbrida são de menor exigência em frio, variando de menos de 200h a 400h, sendo cultivadas do Rio Grande do Sul até São Paulo e Minas Gerais. Em geral são bastante rústicas, de fácil manuseio e com boa tolerância a doenças.

Desenvolvem melhor sabor quando completam a maturação em câmaras frias, à semelhança das europeias. As frutas têm sabor e textura peculiares entre as europeias e asiáticas, sendo bem aceitas pelo consumidor brasileiro. Elas devem ser preferidas pelos agricultores de base familiar, uma vez que não exigem grandes investimentos.

Implantação

A implantação de um pomar de pereiras requer um cuidadoso exame da infraestrutura existente e das condições ambientais. "É importante que o produtor atente para algumas regras básicas, tais como: escolha do terreno, espaçamento, marcação do pomar e conservação do solo, formação de quebra-vento, prevenção ao ataque de lebres, plantio, distribuição de polinizadoras, manejo do solo, esladroamento e desfranqueamento", recomenda José Francisco.

O clima, o solo e sua topografia são fatores igualmente determinantes. A cultivar é um importante componente do sistema de produção e um dos poucos que pode ser modificado sem que se altere o custo de implantação do pomar.

A adoção de determinado sistema de plantio e das práticas de cultivo do solo durante a fase vegetativa da planta será sempre dependente da topografia, do tipo de solo e do regime pluvial. Práticas culturais, como poda, por exemplo, requerem conhecimentos relativos à própria planta, à cultivar e aos objetivos a serem alcançados.

Em geral, os solos dos estados sulinos do Brasil são ácidos e de baixa fertilidade natural, por isso, antes da implantação do pomar, o pesquisador da Embrapa Clima Temperado indica fazer uma análise do solo, com coleta a profundidades de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm. Além disso, José Francisco recomenda aplicar calcário dolomítico pelo menos três meses antes do plantio para corrigir o pH para cerca de 6,0, corrigindo também as deficiências de magnésio (Mg), fósforo (P2O5) e potássio (K2O).

FONTE: REVISTA CAMPO E NEGOCIOS

sexta-feira, agosto 17, 2012

Consumo de café no Brasil deve ser de 20,4 milhões de sacas



O consumo anual de café no Brasil se aproxima de 20 milhões de sacas de 60 kg, conforme levantamento preliminar que considera o período de 12 meses entre maio/2011 e abril/2012. Os dados são da Área de Pesquisas e Informações da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic)


Os números mostram que no período analisado o consumo alcançou 19,975 milhões de sacas, representando um acréscimo de 3,05% em relação ao período anterior (19,383 milhões de sacas). A expectativa inicial da ABIC era um crescimento de 3,5% em volume. Mesmo tendo ficado um pouco abaixo, a entidade espera fechar o ano com uma demanda total de 20,41 milhões de sacas. Com isso, a meta de se ter um consumo interno de 21 milhões de sacas, proposta em 2004, poderá ser atingida em 2013.

O presidente da Abic, Américo Sato, informa em comunicado que as razões do crescimento de 3,05%, menor do que o esperado pela Abic em suas previsões iniciais, deverão ser mais pesquisadas, mas podem estar relacionadas ao crescimento do consumo de produtos concorrentes no café da manhã no lar, como suco pronto e bebidas à base de soja.

O levantamento mostra, ainda, que o consumo per capita no período foi de 6,18 kg de café em grão cru ou 4,94 kg de café torrado, quase 83 litros para cada brasileiro por ano, registrando uma evolução de 1,23% em relação ao período anterior. Segundo o diretor da área de Pesquisas e Informações da ABIC, Márcio Reis Maia, os brasileiros estão consumindo mais xícaras de café por dia e diversificando as formas da bebida durante o dia, adicionando ao café filtrado consumido nos lares, também os cafés expressos, cappuccinos e outras combinações com leite.

O consumo per capita brasileiro continua sendo um dos mais elevados mesmo quando comparado com o de países europeus. Os campeões de consumo, entretanto, ainda são os países nórdicos - Finlândia, Noruega, Dinamarca - com um volume próximo dos 13 kg/por habitante/ano.

FONTE: PORTAL DO AGRONEGÓCIO

Preço do milho no exterior subirá 30% até fim do ano, prevê analista de banco



A seca que afeta a produção de grãos nos Estados Unidos ainda não foi toda incorporada pelos preços praticados pelo mercado


Ainda há dúvidas sobre o volume final da safra e a perda pode ser maior do que a anunciada até agora. No caso do milho, são 102 milhões de toneladas perdidas em relação à estimativa inicial.

Com isso, "os preços continuarão subindo, pelo menos enquanto persistirem as dúvidas sobre o real tamanho da produção norte-americana de grãos".

A avaliação é de Giovanna Siniscalchi, economista e analista de commodities do banco Itaú.

Na avaliação dela, o preço de milho -produto mais afetado pela seca- poderá ter alta adicional de 30% até o final do ano. Nesse mesmo período, a soja subiria cerca de 10%.

A oleaginosa foi menos afetada pela seca e ainda há tempo para a recuperação da produtividade, desde que o clima favoreça. No caso do milho, a quebra da safra é irrecuperável.

O mercado internacional está de olho, agora, na América do Sul, cujo plantio começa em breve. O problema é que, se setembro continuar seco, poderá haver atraso no plantio, afirma Giovanna.

Além do fator climático, o mercado vai ser afetado pela demanda, que, apesar de dois meses de preços altos, ainda não deu sinais de queda, diz a analista do Itaú.

O mercado só ficará estabilizado com a safra elevada na América do Sul, uma vez que a demanda continua alta e os estoques são baixos.

FONTE: PORTAL DO AGRONEGOCIO

quinta-feira, agosto 16, 2012

Produtores de tomate de Tocantins comemoram alta do preço


Município deve produzir cerca de 6 toneladas este ano

Os produtores de tomate de Tocantins comemoram a alta do fruto. Neste ano, o município deve produzir cerca de seis toneladas.

O produtor Amarildo Porfírio se apressa em colher os tomates. Os 6 mil pés ficam no município de Tocantins. Ele investiu mais de R$12 mil com adubo, mão de obra e defensivos que protegem o fruto de pragas, já que a planta é frágil e precisa de cuidados. Em 2011, o dinheiro que vinha da venda do tomate não pagava os gastos. Por isso, durante a colheita desse semestre, o medo era ter outro prejuízo.

Mesmo com os altos custos, os produtores ainda optam pelo cultivo do tomate na região. Tanto é que no começo de agosto, o preço do produto é três vezes maior que o cobrado no mesmo período do ano passado.

Os valores chegam a R$83 a caixa com 23 quilos. Em todo o ano, a produção de Tocantins deve chegar a 6 mil toneladas de tomate – o que representa menos do que os anos anteriores. O produtor Marino Abranches reduziu a área plantada de tomate de 12 para oito hectares. Mesmo assim, conseguiu lucrar mais que nos anos anteriores. Com a menor oferta do produto no mercado, aumenta o preço repassado ao consumidor.

FONTE: MEGAMINAS.COM

Agência de Informação Embrapa apresenta sua nova Árvore do Conhecimento: Pimenta (01/08/2012)

A expressão “ardida feito pimenta” se encaixa perfeitamente quando falamos de pimentas do gênero Capsicum, que são mais ardidas que as pimentas-do-reino. Usadas na culinária, na medicina alopática ou natural, na religião e até mesmo como arma de defesa pessoal, essas pimentas são um dos principais condimentos utilizados no mundo.


Para oferecer informações aos extensionistas, produtores rurais, estudantes e outros interessados sobre as fases de pré-produção, produção e pós-produção dessa cultura cultivada por pequenos agricultores de diversas regiões brasileiras, a Embrapa Informação Tecnológica em parceria com a Embrapa Hortaliças (Brasília-DF) e a Embrapa Informática Agropecuária (Campinas-SP) lançou, na Agência de Informação Embrapa (AIE), a nova Árvore do Conhecimento (AC) Pimenta.


Os principais estados produtores de pimenta são Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul, Bahia e Sergipe e, além da demanda crescente do mercado interno, parte da produção brasileira de pimentas é exportada em diferentes formas, como páprica, pasta, desidratada e conservas ornamentais.


A AC Pimenta aborda aspectos importantes para quem produz ou comercializa a pimenta, tais como: mercado, importância econômica, recomendações de plantio, de adubação e controle de pragas e doenças, além de receitas e formas de processamento de pimentas como em flocos desidratados tipo calabresa, em pó tipo páprica e na produção de pastas ou geleias, entre outras.


Com a Árvore do Conhecimento (AC) Pimenta, a Embrapa passa a oferecer, na Agência de Informação Embrapa, fontes de informações validadas pela pesquisa agropecuária sobre todas as fases das cadeias produtivas associadas a 23 cultivos, 3 criações e 8 temáticas, que podem ser acessadas em hipertexto ou formato hiperbólico, além de dispor de recursos de informações complementares, tais como vídeos, áudios e publicações em pdf.

FONTE: EMBRAPA

Brasil importa quase totalidade da pera consumida

A comercialização de pera no Brasil é fortemente dependente de importação, podendo atingir até 90% da fruta fresca consumida. O plantio de cultivares de baixa qualidade tem favorecido a importação de peras finas, principalmente da Argentina e do Chile.

Da Argentina é importada mais de 85% da pera europeia consumida no Brasil. O total de importação, em 2009, foi de 161.875 t, e em 2010 de 189.840 t, representando uma perda de divisas de 134,8 e 161,9 milhões de dólares, respectivamente.

As importações se caracterizam, essencialmente, por peras do tipo europeia, sendo que as do tipo asiático têm sido importadas em pequenas quantidades do Chile.

Oferta x demanda

A pera apresenta algumas contradições no Brasil, tanto em relação à produção quanto ao consumo. "Trata-se de uma das principais culturas de clima temperado, sendo a terceira mais consumida e a mais importada, justamente porque não existe uma produção nacional expressiva. Hoje ela se mantém em pouco mais do que 10% das necessidades de consumo, e por isso quase toda a pera disponível nos mercados brasileiros é de fora", lamenta José Francisco Martins Pereira, engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Clima Temperado.

Segundo ele, o consumo atual no Brasil supera as 150 mil t/ano, e a maior parte das frutas vem da Argentina, EUA, Portugal, Uruguai e Chile, com pequenas variações na oferta de ano para ano, em função das regras de mercado. A expectativa de consumo interno são ainda mais promissoras, podendo chegar facilmente a 300 mil t/ano. Há, portanto, um grande espaço para se produzir pera no Brasil.

Ao longo dos anos, foram realizadas introduções de cultivares, principalmente do tipo europeia, de grande valor comercial, porém os resultados não foram bons, devido a problemas de baixa taxa de transformação floral, elevado índice de abortamento de gemas florais em cultivares de média necessidade de frio e indefinição de porta-enxerto.

Mesmo quando ocorre bom índice de formação de flores, a frutificação efetiva é baixa, devido a problemas de polinização. "Contudo, algumas iniciativas de produtores vêm demonstrando que é viável a produção de pera no Brasil, inclusive alcançando rentabilidades superiores à obtida com macieira, visto que a maçã nacional já atingiu o limite da demanda do país. Produtores que investiram na cultura têm tido bom retorno econômico, mesmo com baixa produtividade, até mesmo por meio da utilização de cultivares de baixa qualidade, como Kieffer, Le Conte, Garber etc. Isso se deve a pouca oferta de pera no mercado consumidor", avalia José Francisco.

Uma pereira pode produzir, em média, 45 kg de frutos por ano, podendo chegar, em alguns casos, a 140 kg/ano. A produção torna-se comercialmente atrativa após o quinto ano. Após a colheita, os frutos devem ser armazenados sob refrigeração, para uma melhor conservação, apesar de se manterem bem, sem refrigeração, por até 20 dias.

Variedades

São três os tipos de pereiras cultivadas comercialmente no Brasil. A Pyrus communis, conhecida como europeia ou manteigosa, é a mais cultivada no mundo, sendo considerada a mais deliciosa das frutas, combinando textura sucosa e manteigosa com a insuperável fineza de sabor e aroma. A Pyrus pyrifolia, também conhecida como pera asiática, oriental ou arenosa, surgiu independentemente no Japão e na China. Produz frutas de forma redonda oblata de textura crocante, sucosa, doce, com bom sabor e pouco aroma. E finalmente a híbrida, em geral resultante de cruzamento entre a europeia e a asiática, que é a mais plantada no Brasil, e produz frutas de forma piriforme a oblonga, de textura entre manteigosa e crocante, com qualidade aceitável.

Exigências climáticas

O pesquisador José Francisco informa que as cultivares de pereiras europeias são mais exigentes em frio e recomendadas para os altiplanos dos estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e do Paraná. Devem ser colhidas ainda meio verdes e completar a maturação em câmaras frias.

As cultivares de pereiras asiáticas são menos exigentes em frio hibernal e também recomendadas para os altiplanos dos três estados sulinos e algumas regiões, como da fronteira gaúcha, região de Curitiba etc. Devem ser colhidas maduras, exigindo cuidados especiais no manuseio.

As cultivares de pereira híbrida são de menor exigência em frio, variando de menos de 200h a 400h, sendo cultivadas do Rio Grande do Sul até São Paulo e Minas Gerais. Em geral são bastante rústicas, de fácil manuseio e com boa tolerância a doenças.

Desenvolvem melhor sabor quando completam a maturação em câmaras frias, à semelhança das europeias. As frutas têm sabor e textura peculiares entre as europeias e asiáticas, sendo bem aceitas pelo consumidor brasileiro. Elas devem ser preferidas pelos agricultores de base familiar, uma vez que não exigem grandes investimentos.

Implantação

A implantação de um pomar de pereiras requer um cuidadoso exame da infraestrutura existente e das condições ambientais. "É importante que o produtor atente para algumas regras básicas, tais como: escolha do terreno, espaçamento, marcação do pomar e conservação do solo, formação de quebra-vento, prevenção ao ataque de lebres, plantio, distribuição de polinizadoras, manejo do solo, esladroamento e desfranqueamento", recomenda José Francisco.

O clima, o solo e sua topografia são fatores igualmente determinantes. A cultivar é um importante componente do sistema de produção e um dos poucos que pode ser modificado sem que se altere o custo de implantação do pomar.

A adoção de determinado sistema de plantio e das práticas de cultivo do solo durante a fase vegetativa da planta será sempre dependente da topografia, do tipo de solo e do regime pluvial. Práticas culturais, como poda, por exemplo, requerem conhecimentos relativos à própria planta, à cultivar e aos objetivos a serem alcançados.

Em geral, os solos dos estados sulinos do Brasil são ácidos e de baixa fertilidade natural, por isso, antes da implantação do pomar, o pesquisador da Embrapa Clima Temperado indica fazer uma análise do solo, com coleta a profundidades de 0 a 20 cm e de 20 a 40 cm. Além disso, José Francisco recomenda aplicar calcário dolomítico pelo menos três meses antes do plantio para corrigir o pH para cerca de 6,0, corrigindo também as deficiências de magnésio (Mg), fósforo (P2O5) e potássio (K2O).

FONTE: REVISTA CAMPO & NEGOCIOS

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