quarta-feira, abril 25, 2012

O feijão nosso de todo dia - Produtividade sem limites

Os Estados do Paraná, Minas Gerais e Bahia são os principais produtores de feijão, o que corresponde a quase 50% da produção nacional. Diversas formas são cultivadas no mundo inteiro, mas poucos povos souberam tirar tanto proveito desse alimento como o brasileiro. Essa iguaria está presente na culinária dos 27 Estados, principalmente junto com o arroz, mas também com as carnes, na forma de sopas, caldos, baião de dois, acarajé, feijão-tropeiro, dobradinha, salada, guisado, ensopado, feijoada, tutu à mineira e em muitos outros pratos. Diante da grande importância socioeconômica e alimentar da cultura do feijão para todos os segmentos da população do nosso país, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA, vem desenvolvendo programas de pesquisa de melhoramento genético para disponibilizar ao mercado cultivares adaptadas às diferentes condições de clima e solo do Brasil. Além disso, em conjunto foram desenvolvidas tecnologias e manejos diferenciados, capazes de dobrar a produtividade das lavouras de feijão. Produtividade sem limites Pelo trabalho que o engenheiro agrônomo e pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Tarcísio Cobucci, desenvolveu, há possibilidade de chegar a mais 70 sacas por hectare, quando o normal são 55 sacas, mesmo em área irrigada. "Para isso, tentamos agrupar cinco pilares da tecnologia, sendo o primeiro a construção do solo, depois da fertilidade, da biologia e da estrutura física do perfil", enumera o agrônomo.
Para explorar o máximo potencial produtivo do feijoeiro, o trabalho está sendo feito na formação de palhada, distribuição de fósforo e cálcio no solo, além de aumento da atividade microbiológica no solo. Nesse aspecto, Cobucci destaca a importância da qualidade da semente, que deve estar livre de doenças, e também quanto à qualidade de padronização e tamanho da semente, visando à distribuição e germinação uniforme das plantas. "A lavoura tem que ter plantas bem distribuídas para não ser dominada por fatores indesejáveis, como plantas dominadas, que produzem poucas vagens. O nosso objetivo é alcançar 300 vagens por metro quadrado", pontua o pesquisador. Fatores de maior importância A distribuição das plantas dentro da linha deve ter atenção especial, pois uma planta encavalada na outra começa a apresentar problemas de produção de vagem, segundo explica Tarcísio Cobucci. "Entretanto, a quantidade de plantas por metro quadrado para se atingir 300 vagens na área depende da variedade. Por isso, testamos com sucesso algumas tecnologias quanto à aplicação de cálcio dentro do sulco de plantio, que tem sido muito importante para estabelecer bem a cultura e ter um bom arranque inicial de planta", enfatiza o agrônomo. O terceiro ponto ressaltado por ele é o vigor inicial da planta, além da sua uniformidade. Para ter sucesso, a planta de feijão deve contar com maior engalhamento e raiz, que se refletirão diretamente no número de vagens. O próximo ponto é o 'pegamento' de vagens, quando entra o sombreamento. Tarcísio Cobucci esclareceu que se a planta crescer muito e o fechamento de rua acontecer muito cedo haverá perda das vagens baixeiras, que são as mais pesadas e com maior número de grãos, perdendo assim em produtividade. É importante, então, que a planta floresça com o fechamento de rua. Segurança no cultivo Se o feijão começar a crescer muito, o agrônomo ensinou que é preciso segurar a lavoura com a aplicação de fungicidas, por exemplo. "Não existe receita de bolo. É preciso ter conhecimentos e contar com orientação técnica", recomenda Tarcísio Cobucci. Além disso, ele indica que o produtor saiba quando e do que a planta precisa para chegar à máxima produtividade. "Esporadicamente um pivô de feijão chega a 70 sacas de produtividade. Já temos um conjunto de informações e de práticas que tentam levar o feijão a altas produtividades", orgulha-se. Atraso No início do ano as chuvas foram fartas, mas Tarcísio Cobucci lamenta os últimos 20 dias sem chuvas, que provavelmente trarão deficiência à lavoura, não proporcionando altas produtividades nem mesmo à lavoura de soja. "Uma lavoura normal, com todas as tecnologias adotadas, mas que enfrenta chuvas demais, ou um mês e meio nublado, já sofre, e desconta na produtividade", alerta o profissional, acrescentando que a alta produtividade depende muito da condição ambiental. O que se observa é que as áreas que alcançam altas produtividades e alto investimento são de produtores que trabalham uma terceira safra e plantam em pivô central. "Com a técnica certa e a orientação adequada, o produtor estará no caminho certo", garante Tarcísio Cobucci. Tecnologia de precisão Jair Luiz Ebani Júnior produz feijão em 330 hectares na Fazenda Arace, localizada em Planaltina (DF), há 15 anos. Na safra 2011/12 sua média produtiva foi de 48 sc/ha., com talhões de 60 sc/ha., em sequeiro. Para ele, um solo bem preparado, bem nivelado, é muito importante, mas o que fez a diferença em suas lavouras foi a agricultura de precisão, que vem sendo utilizada há cinco anos. "Com a agricultura de precisão observei uma produtividade uniforme nos talhões, com mais economia de adubo, aumentando a produtividade com menor custo. A agricultura de precisão realmente traz grandes vantagens, fazendo com que erremos menos, usemos o necessário e onde realmente precisa", ressalta Júnior. Aliado a isso, Jair investe em sementes com maior taxa de vigor e germinação, tratamentos de ponta com micronutrientes e manejos diferenciados para agregar à produção. A colheita da última safra começou em 15 de janeiro e foi até 30 de fevereiro. Seu plantio foi direto, iniciado em 10 de outubro, técnica adotada há muitos anos. A máxima produtividade já obtida foi de 67 sacas por hectare, há quatro anos, em áreas isoladas e irrigadas. FONTE: REVISTA CAMPO & NEGOCIOS

Cultivo de leguminosas consorciadas com a cultura do café é alternativa no manejo de plantas daninhas

A busca por alternativas ambientalmente corretas que contribuam para uma agricultura ecológica e sustentável cresce cada vez mais no cenário mundial. O controle de plantas daninhas usando leguminosas herbáceas consorciadas com a cultura do café vai ao encontro desse pensamento. Esse estudo foi desenvolvido pelo pesquisador da Embrapa Café, Julio Cesar Freitas Santos, em sua tese de doutorado, na área de Fitotecnia, realizada na Universidade Federal de Viçosa (UFV), projeto que teve apoio do Consórcio Pesquisa Café. Entre as conclusões do trabalho, Julio Cesar confirmou a possibilidade do cultivo de leguminosa, como lablabe, sirato, híbrido de Java ou amendoim forrageiro, fazer parte do manejo integrado da lavoura. “A leguminosa vem substituir ou complementar os métodos tradicionais de controle de plantas daninhas no cafezal”, diz. A tecnologia consiste em utilizar uma dessas leguminosas herbáceas como cobertura viva de solo. “Existem as coberturas mortas como biomassa de culturas e casca de café, por exemplo, já utilizada por produtores. As leguminosas são coberturas vivas que contribuem para boas práticas agrícolas. Elas também podem ser utilizadas como cultivos intercalares com as culturas de arroz e feijão, que geralmente acontece em algumas lavouras”, explica. A supressão da infestação das plantas daninhas ocorre pelos efeitos de competição por sombreamento e de alelopatia, por compostos químicos liberados pelas leguminosas, proporcionando a maior cobertura do solo e o maior predomínio da vegetação sobre essas plantas infestantes. Os benefícios das leguminosas no solo apontados pelo pesquisador são também adicionais como: redução da compactação, controle da erosão, fixação de nitrogênio, propiciando economia com adubos e menos poluição do meio ambiente, aumento da matéria orgânica e incremento da biodiversidade. A pesquisa foi realizada na Zona da Mata e na Região do Cerrado, respectivamente em áreas de declive acentuado, com espaçamento estreito e mecanização limitada, e de relevo plano, com espaçamento largo e mecanização constante. Julio Cesar verificou que, na Zona da Mata, a lablabe e o sirato no primeiro ano e o amendoim forrageiro no segundo ano proporcionaram menor densidade e biomassa de plantas daninhas. No Cerrado, os mesmos resultados foram constatados pelo híbrido de Java no primeiro ano, que manteve a maior produção de biomassa, e pelo amendoim forrageiro no segundo, que expandiu a cobertura de solo. A longo prazo, o pesquisador verificou ainda que o amendoim apresenta maior capacidade de reduzir plantas daninhas por ser uma espécie perene, de porte baixo, rastejante e de fácil propagação vegetativa, tendo resistência ao período seco e bom revigoramento no período chuvoso, além de facilidade de regeneração após a realização de podas. O pesquisador explica ainda que, na convivência das plantas daninhas com cafeeiros, ocorrem interações que propiciam benefícios ou prejuízos. “Em cultivo solteiro, principalmente em lavoura nova, sobram espaço e recurso, que facilitam a maior ocupação das plantas daninhas. Nos modelos de consórcios, essa ocupação é muito reduzida, devido à área ser preenchida por arranjos de espécies que exercem o controle cultural sobre essas plantas. A tecnologia contribui com as demandas das lavouras novas de café e das lavouras adultas do Cerrado e de regiões com declive acentuado, que são mais propícias à infestação por plantas daninhas”. Segundo o pesquisador, a prática é recomendável para o produtor. “Um único sistema de manejo é inviável no controle das plantas daninhas, por isso esse manejo deve ser diversificado e dinâmico, como o próprio desenvolvimento da infestação dessas espécies”. “Em dois anos de avaliação das leguminosas, verificou-se que elas não influenciaram o crescimento vegetativo e a produtividade do cafeeiro”, ressalta Julio. Em meio a técnicas convencionais que utilizam práticas de capina com enxada ou roçadas mecanizadas para controle das plantas daninhas, a pesquisa comprovou na adoção das leguminosas como parte do manejo integrado, uma alternativa adequada às demandas de cafés de base ecológica, certificados e especiais pelo mundo. Na medida em que também está adequada aos interesses da agricultura de baixo carbono, limita o uso de produtos químicos (herbicidas) na lavoura, permite a recuperação de áreas e o aumento da área de vegetação entre cultivos perenes como café. O resultado é uma tecnologia que contribui para a sustentabilidade da cafeicultura, com melhoria da qualidade do solo e do cafezal, redução de capinas e diminuição de custos. A continuação do projeto será com uma seleção de plantas leguminosas para inibição de plantas daninhas em lavouras de café nas regiões da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. FONTE: EMBRAPA

segunda-feira, abril 23, 2012

Gene resistente à seca promete revolução

Em um modesto laboratório universitário em plena região agrícola argentina, a bióloga Raquel Chan conseguiu isolar um gene resistente à seca que, enxertado em soja, milho e trigo, promete multiplicar rendimentos em uma verdadeira revolução biotecnológica

À frente do Instituto de Agrobiotecnologia da Universidade Nacional do Litoral (UNL), Raquel coordenou um grupo de pesquisas que estudou o girassol e conseguiu identificar em seu complexo genoma o gene HAHB-4, que o torna resistente à seca e à salinidade do solo. Inoculados com esse gene, a soja, o trigo e o milho “aumentam enormemente a produtividade”, explica a cientista de 52 anos.

“Para os produtores agropecuários, aumentar a produtividade em 10% já é uma maravilha, e isso [o gene HAHB-4] dá muito mais, chegando inclusive a duplicá-la em alguns caso. O que posso assegurar é que em nenhum caso a planta transgênica produziu menos do que a não transformada geneticamente”, diz.

Segundo a bióloga, “quanto pior for a condição climática, maior é a diferença a favor da planta manipulada com relação à não manipulada”. Ser resistente à seca não significa que a soja crescerá no deserto. “Tem de haver um pouco de água. Será possível cultivar terras com um regime pluviométrico de 500 mm ao ano, o que é muito pouco, e onde hoje não há nada. Claro que nunca serão os Pampas úmidos”, diz a cientista.

O projeto de pesquisa sobre “genes envolvidos no meio ambiente”, que hoje rende frutos inesperados e cuja comercialização é estimada para 2015, começou em 1993, ano em que Chan retornou a Santa Fé após o doutorado em Estrasburgo, França.

“Se tivéssemos proposto encontrar o gene resistente à seca, talvez nunca o teríamos encontrado. Chegamos [a ele] quase por acaso”, diz.

FONTE: GAZETA DO POVO

quinta-feira, abril 19, 2012

FrutificaMinas 2012 tem início nesta terça-feira

Encontro em Teófilo Otoni leva boas práticas a produtores de mudas

A primeira etapa do Circuito Mineiro de Fruticultura (FrutificaMinas) 2012 será realizada nesta terça-feira (17/4), em Teófilo Otoni, município do Vale do Mucuri. Criado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e coordenado pela Emater-MG, o circuito consiste na realização de encontros para difundir boas práticas de produção entre os fruticultores, melhorar a gestão do negócio e estimular a organização dos produtores principalmente para o aperfeiçoamento da comercialização.

Na parte da manhã haverá uma palestra do fiscal agropecuário do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Thiago Henrique Pena Moreira, sobre a legislação de defesa vegetal, com ênfase nas normas para a produção e transporte de mudas. No período da tarde, técnicos da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) vão ministrar um curso teórico e prático sobre a produção de mudas, envolvendo temas como enxertia, semeadura e outros.

Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, a demanda por frutas é crescente no mercado interno, mas é necessário trabalhar também para a obtenção de espaço no mercado externo, que já manifesta interesse por diversos produtos dos pomares mineiros. “Por isso é necessária uma produção sustentável de frutas de alta qualidade”, afirma.


FONTE: GLOBO RURAL ONLINE

China deve importar 4,63 milhões de toneladas de soja em abril

A importação real deve ser maior do que a estimativa, que é feita com base no monitoramento de cargas

A China deve importar 4,63 milhões de toneladas de soja neste mês, abaixo das 4,83 milhões de toneladas de março, mas bem acima das 3,88 milhões de toneladas de abril de 2011, informou o Centro Nacional de Informação sobre Grãos e Óleos da China (CNGOIC, na sigla em inglês).

A importação real deve ser maior do que a estimativa, que é feita com base no monitoramento de cargas, afirmou por meio de relatório o centro ligado ao governo.

O Ministério do Comércio projetou no início do mês que as compras de soja do exterior podem atingir 5,63 milhões de toneladas em abril.

Segundo o CNGOIC, as importações de soja devem alcançar 5,2 milhões de toneladas em maio e 15,3 milhões no segundo trimestre, ante 13,33 milhões de toneladas no primeiro trimestre.

Neste ano comercial, que começou em 1º de outubro, o centro estima que a China importou 55 milhões de toneladas da oleaginosa.

FONTE: REVISTA GLOBO RURAL

terça-feira, abril 17, 2012

Agronegócios - Área para plantio de milho deverá crescer 20%

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou hoje (10) que a área destinada ao plantio da segunda safra de milho deste ano será 20,1% maior do que a safra 2010/2011, que foi 5,89 milhões de hectares. Isso corresponde a um aumento de 1,18 milhão de hectares, devendo totalizar 7,07 milhões de hectares destinados à produção do grão.

A Conab estima que a produção total de milho na segunda safra 2011/2012 será de 29,02 milhões de toneladas. Na safra anterior, foram colhidos 21,48 milhões de toneladas – o que representa aumento 35,1% na produção.

De acordo com o diretor de Informações da Conab, Sílvio Porto, o aumento da área plantada foi motivado pela alta de preço do milho à época do plantio.

Os estados que tiveram mais aumento de área destinada à plantação foram Minas Gerais (53,8% a mais do que na safra 2010/2011) e Tocantins (44,5%, no mesmo período). Com o maior volume de produção, a tendência é que os preços caiam, o que, segundo Porto, deverá acontecer já no segundo semestre de 2012.

“Era esperado aumento muito significativo [da área plantada] em função dos preços que estão em alta há alguns meses e ao fato de termos mantido essa relação de preço durante todo o processo de colheita da primeira safra”, disse o diretor da Conab, em anúncio sobre as expectativas de safra para o período 2011/2012.

Ainda hoje, a Conab anunciou que a produção nacional de grãos da safra 2011/2012 deverá atingir 159,2 milhões de toneladas – colheita 2,2% menor (ou 3,63 milhões de toneladas a menos) do que na safra 2010/2011, quando foram colhidos 162,84 milhões de toneladas.

Em relação à safra de cana-de-açúcar, a Conab estimou que deverá haver aumento de 5,4% – chegando a 602,18 milhões de toneladas de produção na temporada 2012/2013. Na safra anterior, foram colhidas 571,44 milhões de toneladas.

FONTE: http://noticias.portalbraganca.com.br

Produtor já está atento à escolha de cultivar de soja para safra 2012/2013


O ciclo agrícola da soja, principal cultura de verão de Mato Grosso do Sul, está quase finalizado para a safra 2011/2012, e os produtores rurais já participam de eventos sobre cultivares de soja para a safra de soja 2012/2013.

Como explica o analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste, Euclides Maranho, eventos, como Dias de Campo e Encontros Tecnológicos, são uma ótima oportunidade para o produtor observar e analisar o comportamento das cultivares de acordo com algumas condições, como a área de indicação, a resistência a doenças, o ciclo, as épocas de semeadura e as condições do solo.

Para contribuir e transferir tecnologias para os produtores, a Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados/MS), empresa vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), realiza e participa de eventos tecnológicos. A primeira participação, em 2012, foi no 14º Encontro Tecnológico Semen Barra, evento na Linha do Barreirão em Dourados. Ainda em janeiro, de 25 a 27, a Embrapa participará do Showtec 2012 em Maracaju/MS.

No 14º Encontro Tecnológico Semen Barra, na sexta-feira, 13 de janeiro, uma equipe da Embrapa Agropecuária Oeste disponibilizou informações sobre cultivares de soja da Embrapa, convencionais e transgênicas, recomendadas para cultivo em Mato Grosso do Sul. As cultivares apresentadas no estande da Embrapa foram as BRS 283, BRS 284, BRS 246RR, BRS 292RR, BRS 318RR e BRS 319RR.

O chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Fernando Mendes Lamas, falou durante a apresentação do evento sobre a importância dos agricultores terem à sua disposição diferentes tecnologias. “Para isso, é extremamente relevante que o produtor busque conhecimento e informação para tomar a decisão mais adequada à sua realidade”, enfatizou.


Cultivares da Embrapa

O produtor rural Imberto Ritter e os filhos Humberto e José Roberto Ritter têm propriedades em Itaporã e Maracaju, totalizando cerca de 550 hectares, e estão na segunda safra da cultivar BRS 246RR e na primeira safra da BRS 292RR. “A 292RR a gente conheceu nesse mesmo evento no ano passado e ela aguentou bem a estiagem dessa safra, se destacando na lavoura”, contou Imberto, dizendo que a tolerância à seca contribuiu para que a perda com a estiagem não fosse maior.

Já os irmãos Milton Misao Hirata e Claudio Hirata, por exemplo, utilizam somente variedades convencionais na propriedade de 500 hectares, localizada na região de Indápolis, distrito de Dourados/MS. As da Embrapa são seis: BRS 239, BRS 267, BRS 282, BRS 283, BRS 284, BRS 285. “No mercado, praticamente a única empresa que tem pesquisa com cultivares convencionais é a Embrapa. Tem muitos vizinhos que vêm nossa lavoura e se surpreendem com a beleza, porque acreditam que só as transgênicas dão bons resultados”, comentou Milton.

Segundo ele, a BRS 282 e a BRS 284 estão no segundo ano de plantio. Já a BRS 285 e a BRS 283 estão no primeiro ano. “A 282 eu encontrei as informações na internet e chamou a atenção por ter genética da Embrapa 48. Na estiagem, está bem tolerante à seca. A BRS 283 a BRS 284 eu conheci no estande da Embrapa no Showtec, que também toleram à seca”.

Entre os motivos para a escolha da BRS 239 é que esta cultivar, em 2009, obteve grande produtividade, sem contar à tolerância à seca. Já a opção pela BRS 267 foi por ser um grão próprio para consumo e “possuir um sabor mais agradável, já que a comunidade japonesa usa muito a soja na culinária”, explicou.

Milton ainda comentou o motivo de terem muitas variedades de soja na lavoura. “Tem produtor que acha que temos variedades demais. Mas analisamos as características da propriedade, como fertilidade, aparecimento de nematoide, incidência de geada e outros detalhes, e depois escolhemos as que vão se adaptar ao local. A gente tira o melhor de cada área e corre menos riscos de perda do quem que usa somente uma variedade”, disse.

FONTE: EMBRAPA

Lagarta falsa-medideira traz preocupação para soja


A lagarta falsa-medideira (Pseudoplusia includens), sempre caracterizada como praga secundária na cultura da soja, passou a ser considerada praga principal nas últimas safras. Na safra 2011/2012, ocorreram veranicos e altas temperaturas, principalmente a partir do início de fevereiro, o que segundo os pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) são favoráveis para a ocorrência da explosão populacional dessa praga.

“Além disso, é possível afirmar que a aplicação exagerada de inseticidas sem critério técnico, no início do desenvolvimento da soja, não obedecendo aos níveis de dano indicados no manejo integrado de pragas afetaram negativamente as populações dos inimigos naturais”, explica a pesquisadora Clara Beatriz Hoffmann, da Embrapa Soja. Para a pesquisadora, as populações da lagarta falsa-medideira eram controladas naturalmente por seus inimigos naturais (principalmente por parasitoides, como as vespinhas (Copidosoma sp).

Outro problema apontado pela pesquisadora é o uso de fungicidas não seletivos para o controle da ferrugem asiática da soja, que também favoreceram o aumento dos problemas com a lagarta falsa-medideira por reduzir a incidência das doenças fúngicas como a doença branca e a doença marrom, que controlam naturalmente a lagarta falsa-medideira.

Na avaliação do pesquisador Adeney de Freitas Buenos, da Embrapa Soja, existem alguns pontos importantes para auxiliar no manejo da lagarta falsa-medideira no período reprodutivo da soja. “É importante realizar o monitoramente das pragas com o auxílio do pano-de-batida e aplicar o inseticida apenas quando for necessário (30% de desfolha no vegetativo ou 15% de desfolha no reprodutivo). Além da aplicação no momento certo, é importante escolher um produto registrado para a lagarta falsa-medideira”, diz Bueno.

Os pesquisadores da Embrapa explicam que esta lagarta tem hábito diferente da lagarta-da-soja, que sempre foi considerada uma praga principal para a soja. “A lagarta falsa-medideira é mais tolerante a inseticidas e para o seu controle necessita de doses de duas a quatro vezes maiores. Ela se alimenta de folhas da parte mediana da planta e ocorre no período reprodutivo da soja. Dessa forma, fica “protegida” pela parte superior (dossel) da planta que nessa fase da cultura está fechado. Isso dificulta o contato do inseticida com a praga e ainda é agravado, quando se utiliza um baixo volume do produto recomendado por hectare”, dizem os pesquisadores.

Outro ponto destacado pela Embrapa no manejo da lagarta falsa- medideira são as temperaturas elevadas, acima de 30 oC, e a umidade abaixo de 60%, que aumentam a evaporação do produtos químicos, dificultando o controle. “Nessas condições climáticas extremas, sugere-se controlar as lagartas durante a madrugada, quando as temperaturas são relativamente mais baixas e a umidade mais alta além da ausência de ventos que proporcionarão melhores condições para aplicação”, destacam.

Os pesquisadores Embrapa consideram a lagarta falsa-medideira uma praga importante na soja, mas que pode ser controlada com a adoção do manejo integrado de pragas. “É preciso realizar monitoramento constante, respeitar os níveis de ação e usar uma boa tecnologia de aplicação dos inseticidas” destacam.


FONTE: EMBRAPA

quarta-feira, abril 11, 2012

Panorama da cultura da cebola no Brasil

Segundo dados do IBGE de janeiro de 2012, a cultura da cebola ocupa 58.482 hectares, com uma produção de 1.352,295 toneladas e um rendimento médio de 23.123 kg/ha. Santa Catarina é o maior produtor brasileiro, com 20.054 ha, e produção total de 444.597 toneladas, ao rendimento médio de 22.170 kg/ha.

Economia

A cebola é a terceira hortaliça mais produzida do mundo, sendo que o Brasil é o 8º produtor mundial, participando com 2% dessa produção, e 36% da produção sul-americana. A cebola se destaca economicamente junto com a batata e o tomate, tanto pelo volume produzido quanto pela rentabilidade gerada, já que cada brasileiro consome, em média, 06 kg/ano.

Esse valor é muito inferior a outros países, se comparado com a Argentina, China, Estados Unidos e Turquia, onde se consome respectivamente 11,7; 11,7, 10 e 17,6 kg/ano.

Tendências

Em pequenas propriedades, Leandro Luiz Marcuzzo, engenheiro agrônomo, pós-doutor em Fitopatologia, professor e pesquisador do Instituto Federal Catarinense - IFC/Campus Rio do Sul, observa como inovação o uso de equipamentos para o transplantio de mudas, mas em grandes áreas o uso de semeadora já vem sendo utilizado como uma tecnologia.

No Estado de São Paulo a colheita mecanizada semelhante ao que é feito na cultura batata está adaptada para a cebola, facilitando o processo de colheita. Já nas condições do Sul há um predomínio da colheita com mão de obra humana, decorrente das condições geográficas de plantio, que impossibilitam em algumas áreas o uso de equipamentos.

"É questionável o custo desse tipo de equipamento em pequena propriedade, pois o investimento seria muito alto e levaria muito tempo para obter retorno financeiro, além das oscilações de mercado decorrentes da importação de cebola argentina, holandesa e espanhola que inviabilizariam o investimento. A rotação de culturas e o uso de cobertura morta e plantio vegetal são recursos que tendem a se intensificar na cultura", pontua Leandro Marcuzzo.

Novas tecnologias

Pesquisa realizada em Santa Catarina tem demonstrado resultados muito significantes de produtividade quando o plantio da cebola é feito após o tomate, pois neste a adubação é parcelada, o que acaba deixando um resíduo significativo no solo.

Apesar de pouco utilizada, há uma tendência futura de uso da fertirrigação na cebola. Segundo Leandro Marcuzzo, outro processo futuro é a utilização da curva de absorção de nutrientes, onde se coloca a quantidade necessária de nutriente conforme ocorre o desenvolvimento vegetativo, evitando perdas de nutrientes e reduzindo os gastos.

Um projeto para desenvolvimento de sistema de alerta direto no produtor para o míldio é uma forte tendência que está sendo estudada para a região do Alto Vale do Itajaí, em Santa Catarina por este pesquisador. Dados preliminares estão sendo coletados para suporte desse sistema.

Manejo produtivo

Pesquisa feita no IFC/Campus Rio do Sul evidenciou que o sentido de plantio influenciou diretamente o desenvolvimento do míldio, sendo que no sentido Leste/Oeste houve 19,71% menos doença que no sentido Norte/Sul, já que na região há o predomínio de dias nublados e umidade.

Isso reflete diretamente no manejo da doença. Outra pesquisa verificou uma redução de 47% na severidade da queima das pontas e um incremento de 150% na massa foliar quando as mudas foram conduzidas em canteiro com cobertura plástica. Novas pesquisas estarão sendo avaliadas para validar a importância na cobertura na produção de mudas.

Pesquisa feita em Irati (PR) em plantio direto de cebola após o milho utilizando triturador Triton® possibilitou adequado estabelecimento do cultivo de cebola em semeadura direta sobre a palhada do milho, com população de plantas superior à do solo descoberto e maior produção, com bulbos de qualidade e coloração de acordo com a preferência do consumidor brasileiro.

Em Juazeiro (BA), um novo sistema de cultivo da cebola vem ganhando força entre os produtores do Nordeste. É o plantio com a utilização do gotejamento, que garante uma economia de até 60% em algumas despesas e triplica a produtividade.

Pesquisa realizada em Santa Catarina, destacada por Leandro Marcuzzo, com diferentes tipos de cobertura em rotação de cultura em plantio direto tem trazido benefícios. "O sistema conservacionista de manejo para cebola é uma estratégia importante para ciclagem, manutenção do aporte de nutrientes e conservação do solo, e tem refletido diretamente no aumento de produtividade", garante o pesquisador.

Preparo do solo

O preparo do solo deve seguir critérios agronômicos, como a calagem de no mínimo três meses antes da semeadura ou transplantio. A adubação deve ser realizada conforme a análise de solo, evitando o excesso de adubação nitrogenada, já que o uso abusivo desta predispõe a ocorrência de doenças na cultura.

Trabalho de pesquisa demonstrou que o boro e zinco aplicados via solo tiveram maior incremento de rendimento do que aplicado via foliar. O manganês apresenta problema quando o calcário é mal incorporado, e a aplicação de N na cobertura tem mais efeito quando é parcelada em três vezes, pois melhora o desenvolvimento uniforme da planta.

FONTE: REVISTA CAMPO E NEGOCIOS

Produtos multifuncionais - Nutrição e proteção das plantas

Os produtos multifuncionais são aqueles que atuam simultaneamente como fertilizantes e protetores de planta. Eles podem ser constituídos de um nutriente como fosfito (fosfato reduzido), fósforo e cobre, ou mesmo ativadores de crescimento à base de composto orgânico, como aminoácidos e protetores das plantas como substâncias antimicrobianas.

Renato de Mello Prado, engenheiro agrônomo e pesquisador da UNESP/Jaboticabal, esclarece que os produtos multifuncionais têm ação como fonte de nutriente para atender a exigência nutricional das plantas e também promotores de crescimento para induzi-las a produzir hormônios e substâncias antimicrobianas para reduzir a incidência de doenças e pragas na lavoura.

Atuação

Como exposto, os produtos multifuncionais atuam em diferentes partes da planta, seja para nutrir, controlar patógenos, ou até mesmo fungos de solo e plantas daninhas. Isso pode variar de cultura para cultura, mas vai depender do conhecimento técnico dos profissionais.

"Quando falamos em nutrição das plantas, temos que tomar cuidado para não desperdiçar nossos recursos. Assim, podemos fazer algumas perguntas, como: podemos afirmar que essas plantas estão com deficiência? É necessária a aplicação deste produto? Precisamos de uma avaliação altamente técnica para tomar a decisão, por exemplo, uma análise foliar, que em geral não temos costume de realizar, e que pode impactar nossa recomendação. Quanto a doenças, pragas e plantas daninhas são visíveis e comprometem a produção, por isso a decisão se torna mais fácil de aplicar ou não", explica José Annes Marinho, engenheiro agrônomo, MBA em Marketing.

Diagnose do estado nutricional das plantas

A diagnose é fundamental para que o produto seja recomendado, bem como para dar retorno ao produtor. "Eis um dos grandes problemas que temos para adotar a tecnologia - nem sempre o produtor está disposto a realizar este teste, pois há custos, e em geral pragas e doenças acontecem juntas. Neste caso, o tempo e custo são fatores de incerteza em adotar o produto", argumenta José Annes.

Vantagens e desvantagens dos produtos multifuncionais

Para José Annes, os produtos multifuncionais possuem um espectro maior de atuação, mas precisam quebrar paradigmas e mostrar definitivamente seus benefícios em produção, além das dificuldades na agilidade de um resultado rápido da diagnose nutricional das plantas. Tal barreira deverá ser superada, para que os produtos alcancem o mercado e possam ser mais utilizados.

Renato Prado aponta como vantagens dos produtos multifuncionais a ação múltipla visando suprir os nutrientes e proteger as plantas. "A severidade da maioria das doenças pode ser reduzida com o uso dos produtos multifuncionais de 20 a 50%, embora seja muito dependente do genótipo cultivado e das condições edafoclimáticas da região", considera.

Ainda segundo ele, na agricultura, por ser 'indústria a céu aberto', tem-se alta possibilidade de ocorrência de estresses de natureza biótica ou abiótica e, portanto, medidas preventivas de uso dos produtos multifuncionais podem beneficiar as culturas.

Espera-se um alto índice de utilização pelas plantas dos nutrientes aplicados nas folhas; correção de algumas deficiências de micronutrientes em curto espaço de tempo; possibilidade da aplicação dos produtos multifuncionais, juntamente com outros defensivos agrícolas.

Entre as desvantagens, ele destaca a viabilidade desses produtos apenas para culturas de alto investimento, restringindo as demais culturas. "O uso destes produtos tem risco de perda devido à ocorrência de eventual chuva após a aplicação. A menor efetividade de uso desses produtos em lavouras muito jovens normalmente apresenta área foliar restrita, e o número restrito de trabalhos científicos desenvolvidos com esses produtos limita os conhecimentos sobre o tema", enumera o pesquisador.

Deficiências nutricionais na fase reprodutiva

Segundo estudos de grandes pesquisadores dos centros de excelência no Brasil, a adubação foliar pode evitar que aconteçam problemas na germinação do pólen, florescimento e frutificação. Por exemplo, a falta de boro no cafeeiro causa abortamento das gemas floríferas, influindo também no crescimento vegetativo.

No caso da soja, José Annes explica que a utilização de adubos foliares à base de cálcio e boro tem papel importante, pois o cálcio afeta a fertilização de flores e formação de vagens de soja, existindo uma correlação negativa entre o teor de cálcio na planta e o número de flores e vagens abortadas.

Relação direta com as doenças

Em geral, os produtos multifuncionais têm uma redução significativa na severidade das doenças. "Não podemos comparar o controle/eficiência destes produtos aos produtos químicos, pois estarão em desvantagem, mas podem ser ferramentas importantes para o manejo das culturas", considera o agrônomo José Annes.

Critérios

Para não errar, é importante identificar e certificar se o produto é eficiente para o que se pretende no campo e para cultura, se a diagnose foi feita para determinar o produto adequado, se a época de aplicação está adequada, e se realmente é necessária a aplicação.

Renato Prado complementa, sugerindo os seguintes critérios:

. a aplicação foliar de nutrientes não pode ser utilizada como regra de substituição da adubação via solo, e sim como complemento;

. a aplicação foliar para macronutrientes não introduz o incremento suficiente no tecido foliar, pois as plantas apresentam alta exigência e, consequentemente, não apresentam reflexos significativos na produção; portanto, para esses nutrientes, não seria vantajoso o uso dessa técnica;

. a aplicação foliar para micronutrientes tem como ponto positivo a baixa exigência das plantas e, portanto, exige pequena quantidade aplicada; o ponto negativo seria a baixa mobilidade na planta, ou seja, o produto permanecerá nas folhas que receberam a aplicação. Assim, com o surgimento de novas folhas o eventual sintoma de deficiência deverá se repetir. Por isso, a frequência de aplicação dos micronutrientes poderá melhorar a sua eficiência.

. a água utilizada deve ser limpa, pois a presença de impurezas, como argila, por exemplo, pode causar reações com nutrientes, reduzindo sua ação;

. o valor pH da solução deve ser controlado;

. usar tecnologia de aplicação apropriada, como equipamentos bem regulados (bicos específicos, pressão, altura da barra) para que garanta maior homogeneidade e com reduzida deriva;

. O uso de espalhante adesivo mostra-se importante para aumentar a superfície de contato do nutriente na folha e, consequentemente, o incremento da absorção.

Todas as recomendações acima devem ser acompanhadas por um técnico que conheça nutrição de plantas, um fator fundamental na atividade. "Seguindo essas orientações, é bem provável que o produtor tenha retorno do investimento", pontua José Annes, citando o café, soja, milho, algodão, tomate e citros como exemplos bem sucedidos de uso desses produtos.

Nutrição adequada

Em geral, quando há equilíbrio nutricional as plantas tornam-se menos suscetíveis ao ataque de pragas e doenças. "Isso não quer dizer a eliminação de ferramentas disponíveis, como defensivos agrícolas ou produtos biológicos. Quando unimos essas ferramentas chamamos a atividade de manejo integrado, que utiliza todas as técnicas para obter o melhor resultado e o menor impacto para o ambiente. Está aqui o segredo de uma agricultura sustentável", revela o agrônomo José Annes.

Para ele, os produtos multifuncionais são uma tendência, assim como a união dos compostos, para facilitar as práticas agrícolas. "Ainda precisamos de mais pesquisas e recomendações adequadas para cada cultura, pois temos distintas situações em nosso País. Por isso é fundamental o acompanhamento técnico para que os investimentos possam ter o retorno esperado e a técnica possa vir a se consolidar", opina.

Viabilidade econômica

Na opinião de Renato Prado, a adubação foliar com produtos multifuncionais é importante em culturas de alto investimento, pois mesmo com pequenos incrementos na produção (cerca de 5%), o retorno econômico seria garantido, dado o alto valor do produto agrícola.

De acordo com o pesquisador, a importância do uso dos nutrientes adequados para a cultura ocorre pelo fato deles participarem da estrutura orgânica das plantas e por exercerem uma atividade enzimática, garantindo o ótimo metabolismo vegetal, propiciando, por exemplo, maior atividade fisiológica da planta, como a fotossíntese, com reflexos diretos no crescimento e na produtividade das culturas.

A nutrição adequada irá garantir maior tolerância das plantas a doenças e pragas, com reflexos benéficos na maior eficiência do controle químico e biológico utilizados na lavoura.

"A nutrição adequada aumenta a tolerância das plantas pelo fato de propiciar maior 'barreira física' da superfície das folhas à penetração de agentes patogênicos e também pela 'barreira química'. Isso porque os nutrientes estimulam a produção de compostos orgânicos que inibem o crescimento dos agentes patogênicos", esclarece Renato Prado.

Por fim, as plantas em estado nutricional adequado têm menor quantidade de alimento disponível para os agentes patogênicos, pois em seus tecidos há baixa quantidade de compostos de baixo peso molecular (aminoácidos) de fácil acesso ao patógeno, em relação à alta quantidade de compostos de peso molecular superior (proteínas).

FONTE: REVISTA CAMPO E NEGOCIOS

Soja: indicadores são recordes

Os preços internos de soja em grão (Indicadores) registraram patamares recordes neste início de abril ? em termos nominais.
Em março, as exportações também registraram recordes considerando-se o mês. Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda e as preocupações com a oferta em 2012 têm impulsionado as cotações do grão.

Na quinta-feira, 5, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (produto transferido para armazéns do porto de Paranaguá) fechou a R$ 58,88/saca de 60 kg, com alta de 5% sobre quinta-feira anterior – o recorde (nominal) foi observado no dia 2 de abril, quando fechou a R$ 58,75/sc. Ao ser convertido para dólar (moeda prevista nos contratos futuros da BM&FBovespa), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa fechou a quinta a US$ 32,25/sc de 60 kg, com elevação de 5% no mesmo período. Quanto às exportações de farelo de soja, em mar/12 foram embarcadas 1,052 milhão de toneladas, 5,6% a mais que em fev/12; no comparativo do trimestre com igual período de 2011, o avanço é de 16,2%.

FONTE: PORTAL DO AGRONEGOCIO

Municípios mineiros produtores de café têm IDH acima da média

Municípios mineiros que têm no café a base de suas economias registram Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) maior que a média do Estado

A conclusão faz parte de um estudo elaborado pela Emater-MG, abrangendo cem municípios mineiros, com área plantada acima de 5 mil hectares. As análises da Emater indicam que o IDH médio dos municípios com tradição no cultivo do café está acima de 0,756, enquanto que o IDH médio no Estado é de 0,726, com base nos últimos dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Segundo o Gerente de Programas Especiais da Emater-MG, Leonardo Kalil, o tamanho da área plantada foi uma variável determinante para o levantamento, porque o café é uma cultura perene, associada à tradição dos municípios. “Não é uma lavoura que se forma de um ano para outro, e para que a cafeicultura atinja área suficiente para ter algum impacto na economia local é preciso tempo e, especialmente, estar associada à cultura da comunidade”, afirma.

Nos municípios pesquisados, ao se comparar o IDH com as áreas plantadas com café, ficou evidenciado que, quanto maior a área plantada, maior o IDH do município. “Isso não é apenas uma questão de preço e mercado”, analisa o Gerente da Emater-MG. Segundo ele, o mercado vem passando por bons momentos, os estoques mundiais enfrentaram um período de baixa, o consumo individual vem aumentando, mas a cultura está associada não apenas à geração mas também à distribuição de renda. Os cinco municípios com a maior área plantada de café em Minas Gerais em 2011 têm um índice superior à média do todo o Estado. São eles: Patrocínio (0,799); Três Pontas (0,733); Manhuaçu (0,776); Monte Carmelo (0,768) e Nepomuceno (0,747).

“É uma cultura que emprega muita mão de obra não apenas nas lavouras, mas na cadeia produtiva como um todo. Além disso, apresenta um faturamento por área muito bom, em comparação com outras atividades agropecuárias”, afirma. De acordo com seus cálculos, uma lavoura com produtividade média de 25 sacas por hectare, pode render cerca de R$ 10 mil por hectare, se cada saca for comercializada ao preço médio atual de R$ 400. “É um bom retorno financeiro, se compararmos ao conseguido com o eucalipto, por exemplo, que na média do estado gira torno de R$ 2,28 mil por hectare ao ano”, compara.

Segundo o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, o estudo evidencia a força da cultura no Estado. “O café lidera as exportações do agronegócio mineiro e mantém a condição de segundo produto da nossa pauta geral de exportação, depois do minério de ferro. Além de gerar emprego e renda, é um importante fator de inclusão social”, afirma.

Líder na produção de café no Brasil, responsável por 51% do total, Minas Gerais produziu, em 2011, 22,2 milhões de sacas, em uma área plantada de 1 milhão de hectares, distribuídos por mais de 600 municípios.

IDH

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa usada para classificar os países ou determinada região pelo seu grau de desenvolvimento humano, tendo como critérios de avaliação os índices de educação, longevidade e a renda per capta. O IDH é utilizado no Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e seus valores variam entre 0,4999 (baixo), 0,5 a 0,799 (médio) e acima de 0,8 (alto). Quanto mais próximo de 1,0, melhor é o IDH de determinada região ou país.

Números do IDH

- IDH de MG: 0,726
- IDH médio dos municípios com mais de 5 mil hectares de café: 0,756
- Municípios com as maiores áreas plantadas de café em 2011 e o IDH:

1)Patrocínio – 29,9 mil hectares – IDH 0,799
2) Três Pontas – 18,5 mil hectares – IDH 0,733
3) Manhuaçu – 18,2 mil hectares – IDH 0,776
4) Monte Carmelo – 15 mil hectares – IDH 0,768
5) Nepomuceno – 14,2 mil hectares – IDH 0,747

FONTE: EMATER - MG

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