quarta-feira, janeiro 04, 2012

Novas tecnologias de aplicação levam ao sucesso agrícola

O tratamento de sementes com fungicidas (de contato e sistêmico) é uma das medidas de controle preventivas mais eficazes quando aliado à utilização de sementes certificadas e de alta qualidade fisiológica, genética e física. Dentre as grandes culturas, Ademir Assis Henning, Ph.D. em Patologia de Sementes e pesquisador da Embrapa Soja destaca que o milho é seguramente a espécie em que quase a totalidade das sementes do sistema oficial é tratada, seguido pela soja, atualmente em torno de 95%, e pelo trigo.

No caso particular da semente de algodão, devido à presença do línter, a semente é importante veículo de disseminação de patógenos, que podem comprometer o sucesso da cultura. Hoje, com a prática do deslintamento, particularmente com o ácido sulfúrico, verificou-se melhoria significativa na qualidade das sementes utilizadas, além de propiciar melhores índices de plantabilidade.

Em sementes olerícolas, os avanços em termos de qualidade e melhoria do desempenho em campo foram marcantes, destacando-se: o condicionamento fisiológico ou "priming", que propicia uma maior uniformidade e velocidade de germinação; técnicas de peliculização, recobrimento e de peletização, resultando na uniformização do tamanho das sementes; tratamento de sementes com fungicidas, inseticidas e reguladores de crescimento, e ainda embalagens herméticas.

Na cultura da soja, particularmente, estudou-se a viabilidade técnica e agronômica do encapsulamento das sementes com polímeros sintéticos viabilizando seu armazenamento nas condições mais adversas de temperatura e umidade relativa do ar elevadas. A tecnologia mostrou-se viável, segundo o pesquisador Ademir Henning.

Todavia, ele justifica que seu custo seria muito alto, o que praticamente a inviabilizou entre os produtores. Na continuidade dos estudos, procuraram-se alternativas como a utilização de embalagens plásticas (semi-impermeáveis) que restringem a absorção de umidade do ar.

Em campo

Diversos experimentos foram conduzidos no Brasil juntamente com a ENGOPA (Porangatu, GO), Embrapa Meio Norte (Terezina, PI), UFMT (Cuiabá, MT) e FAPCEN (Balsas, MA). Em síntese, a tecnologia mostrou-se viável técnica e agronomicamente desde que as sementes sejam secadas a 9% de umidade e embaladas em sacos plásticos selados.

Essa metodologia tem potencial de ser empregada em Cuba, onde devido à elevada umidade relativa do ar durante o ano todo, compromete o armazenamento da semente em embalagens convencionais.

A possibilidade de tratar fungos e insetos com a plântula já se desenvolvendo só aconteceu depois da disponibilidade de defensivos agrícolas sistêmicos, que são absorvidos e translocados para a parte aérea, protegendo o estágio inicial de desenvolvimento da lavoura. "Esta foi uma evolução considerável, pois antes só se controlavam os insetos e pragas que estavam na semente ou no solo. Foi um grande ganho para a agricultura", considera José Otávio Machado Menten, engenheiro agrônomo e professor da ESALQ/USP.

Tecnologia de aplicação

A aplicação de produtos na semente de soja e milho, inicialmente, era realizada na caixa da plantadeira, um trabalho que não exigia tecnologia alguma. Tempos depois os produtores passaram a adotar os tambores giratórios, onde eram colocadas as sementes, água, e os produtos em pó seco, em rotação, até que cobrissem as sementes.

Segundo Ademir Henning, esta operação levava intoxicação a muitos operadores desavisados que não utilizavam os equipamentos de proteção individual (EPI). Melhorando um pouco mais, a utilização passou a ser de betoneiras, as mesmas da construção civil, para fazer massa de cimento.

As máquinas de tratar sementes começaram a ser desenvolvidas na década de 90, e trabalhavam entre 70 e 90 sacas de sementes por hora, um avanço para a época, que tratava apenas 5% da produção, devido às dificuldades de se fazê-lo.


Atualmente, algo em torno de 95% da semente de soja já é plantada tratada, graças à evolução dos fungicidas e das máquinas de tratar sementes. "Já temos, inclusive, máquinas de tratamento industrial, que trabalham com até 20 ton/hora, na unidade de sementes. Além disso, foram desenvolvidos também os polímeros, que facilitaram ainda mais a vida dos produtores", ressalta o pesquisador da Embrapa Soja.

O tratamento de sementes

O tratamento de sementes é a primeira camada de produto colocado no material, o que geralmente acontece com defensivos, seguido de micronutrientes e por fim o inoculante, que é o rizóbio.

O professor Otávio Menten esclarece que a maior parte dos defensivos são aplicados de forma líquida, os quais já contam com equipamentos dotados de alta tecnologia para aplicar desde pequenas até grandes quantidades de produtos. Estes, geralmente, ficam dentro das Unidades de Beneficiamento de Sementes (UBS).

FONTE: REVISTA CAMPO E NEGOCIOS

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