quarta-feira, janeiro 25, 2012

Mamata no campo

Xico Graziano

O baque financeiro da Europa está, obviamente, afetando seus negócios produtivos. Sabe-se que haverá um empobrecimento generalizado por lá. Pode-se imaginar, porém, que a agricultura europeia, acomodada historicamente pelos subsídios, se rejuvenescerá nesse doloroso processo. Crise, sempre, abre novas oportunidades de progresso.

Criada como um dos três pilares iniciais da então Comunidade Europeia, a Política Agrícola Comum (PAC) vigora desde 1962. Sua formulação básica oferecia subsídios variados aos produtores rurais visando a assegurar o abastecimento e, ademais, garantir a renda rural. Fazia todo o sentido. A segurança alimentar representava um desejo básico da população, obrigada durante a guerra a dividir o bife do almoço. Quando ele existia.

Apoiando fortemente os seus agricultores, os europeus viram florescer o campo. As políticas de bem-estar social puderam contar com a fartura da mesa, e ainda sobrava comida. Cresceram os estoques de leite em pó e manteiga, açúcar de beterraba e cereais. Os rebanhos bovino e ovino multiplicaram-se. A horticultura deslanchou. E a Europa tornou-se uma grande exportadora agrícola.

No final da década de 1980, entretanto, o protecionismo agrícola europeu começou, por várias razões, a ser questionado. Primeiro, no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC), recebia contestação dos países emergentes, como o Brasil, que queriam derrubar as barreiras comerciais e abrir os mercados para vender seus produtos. Segundo, internamente, os subsídios e os estoques oneravam em demasia o orçamento público comum, representando até 70% de seus gastos. Terceiro, os consumidores europeus perceberam que produtos do exterior poderiam, sem as barreiras, chegar mais baratos ao supermercado.

A política europeia para a agricultura começou a ser revisada em 1992. Alguns mecanismos regulatórios foram afrouxados, abrindo frestas para importações - frutas, carnes, açúcar - que favoreciam os consumidores. Mas as transferências diretas de recursos, que ainda representavam metade do orçamento da União Europeia (UE), contavam com a ferrenha defesa das entidades rurais, lideradas por França e Alemanha. E na opinião pública do Primeiro Mundo, ao contrário do Brasil, quando os ruralistas se manifestam, recebem simpatia da população.

A razão é simples: ao permanecerem pastoreando e cultivando suas terras, como ancestralmente o faziam, os antigos camponeses deixam de migrar para competir com o saturado emprego urbano. Com a população estabilizada, permanecer na terra equilibra a sociedade. Assim, e recheando os valores tradicionais com a modernidade da questão ecológica, os formuladores da nova PAC europeia bolaram o conceito da "multifuncionalidade rural".

Significa o quê? Um reconhecimento de que os agricultores, além de produzirem alimentos e matérias-primas, são importantes também por preservarem os costumes do campo e manterem a paisagem rural. Dessa forma, além dos subsídios na produção, os agricultores passaram a ser remunerados pelo serviço que prestam ao ambiente, natural e modificado, do interior de sua nação. Valor das comunidades locais.

Boa parte da população da Europa vive fora dos grandes centros urbanos. Tais regiões onde o campo se urbanizou, denominadas por alguns estudiosos como rurbanas, são adoradas pelos moradores das cidades, que as defendem politicamente. O bucolismo do campo favorece o turismo e a culinária, valoriza o modo de vida típico do europeu tradicional, agrega as benesses da modernidade e da comunicação.

As modificações na política agrícola protecionista mostraram-se relativamente positivas. Rebaixaram o custo dos subsídios para o nível médio de 42% do orçamento comum da UE. Excluíram a garantia de preços mínimos, substituída por pagamentos diretos aos produtores. Os estoques caíram, pois, afinal, os agricultores passaram a receber uma ajuda de custo - justificada pela multifuncionalidade - sem correspondência com o nível da produção. E se acostumaram com isso.

Esse acabou se tornando um grande problema da agricultura europeia. Seus excelentes produtores rurais envelheceram e se tornaram, em certo sentido, preguiçosos. Se a vaca dá pouco ou muito leite, pouco importa, ele recebe ajuda de custo por animal, do mesmo jeito. Há um agravante: os subsídios distribuem-se desigualmente entre os pequenos agricultores e os mais ricos, integrados nas grandes corporações do setor de alimentos.

Resultado: com o passar do tempo a UE tornou-se uma grande importadora de alimentos. Agora, com a crise financeira cortando as regalias da economia, tornar-se-á mais difícil manter os subsídios agrícolas, que, embora protejam o sistema agroambiental, sustentam um sistema produtivo ineficiente, incapaz de concorrer no mundo globalizado.

Um choque de gestão começa a varrer a agricultura europeia. Algo parecido acomete a agricultura russa, animada após uma década de fracasso desencadeada com o fim da União Soviética. Em Cuba também se procuram formas de estimular a produção rural, aniquilada pelo decadente socialismo castrista. Na China a modernização do campo vai a fórceps.

No Brasil, enquanto os europeus se acomodavam, os agricultores viravam-se por conta própria para vencer as agruras da lide rural. Alguns permaneceram reclamando contra o governo, e quebraram. A maioria investiu em tecnologia e se tornou empreendedora, na marra. Venceu na dificuldade.

Em Vozes da Seca cantava o saudoso Luiz Gonzaga: "Seu dotô, uma esmola a um homem qui é são/ ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão". Não apenas no campo, mas alhures, a mamata pública destrói a inovação. Compromete o futuro.

FONTE: NOTICIAS DO DIA

Field Tour 2012

Ontem (dia 24/01/2012) começamos o Field Tour 2012, com a finalidade de divulgar os materiais que foram plantados na região. A primeira região foi a de Capinópolis/MG.
Agradecemos aos consultores, colaboradores da filial de Capinópolis e aos mais de 35 produtores que estavam presentes.

Segue abaixo as fotos.

Aumenta a ocrrência de acaro na região dos chapadões

O pesquisador Dr. Germison Tomquelski, responsável pelo setor de entomologia da Fundação Chapadão, afirma que nesta safra 2011/2012 uma das pragas que vem sendo observada com maior frequência nas lavouras de soja são os ácaros, um problema novo para alguns produtores, no entanto com ocorrência, já há alguns anos em algumas regiões do Brasil




De modo geral os ácaros perfuram as células e se alimentam do líquido exsudado, através da bomba faringeana que promove a sucção do líquido para o seu interior. O início do ataque pode ocorrer próximo às nervuras dependendo o tipo de ácaro, ou mesmo quando do aumento da população entre as nervuras. Normalmente na face inferior dos folíolos das plantas de soja, provocam alterações fisiológicas nas folhas e plantas, desfolha prematura, e levando a queda em produtividade. O pesquisador cita que a praga quando não controlada no momento oportuno poderá causar percas de 5 à 30%, em infestações de 11 à 30 ácaros por folíolo no estádio de R5.1.

Tomquelski afirma que o manejo de ácaros é muito difícil, por que quando são detectadas normalmente se encontram em altas populações, dificultando o controle, e aliado a este fato, os acaricidas não conseguem eliminar totalmente a população, por outro lado os ácaros apresenta alta taxa de reprodução podendo voltar a altas infestações, e dependendo das condições climáticas que podem aumentar e muito a população. Aplicações desordenadas de piretróides e outros organofosforados podem resultar em altas populações dos ácaros, assim o seu uso deve estar condicionado às fases finais do cultivo, após o florescimento, visto que são bons produtos para o controle de percevejos, no intuito de preservar os ácaros predadores como fitoseideos e outros. Os resultados têm demonstrado que aplicações sequenciais têm proporcionados bons controles dependendo do acaricida. Alguns podem ainda quebrar o ciclo da praga por agir em diversas fases do ciclo dos ácaros. Vale lembrar ainda que poucos são os acaricidas registrados para a cultura da soja. A tecnologia de aplicação é fundamental no sucesso do manejo destas pragas.

FONTE: FUNDAÇÃO CHAPADÃO

Institucional Cia da Terra - Conheça o que move essa empresa!

Cia da Terra- Patrocinadora do Programa MG Rural Uberlandia e Região - TV Globo