terça-feira, fevereiro 14, 2012

As melhores opções para plantio da safrinha

As culturas exploradas na safrinha são: o milho, em maior predominância, o sorgo granífero, o sorgo forrageiro, o sorgo duplo propósito, o girassol, o feijão, a canola, o amendoim, o arroz e o milheto, variando de região para região a percentagem de área ocupada por cada uma.

O milho "safrinha" é definido como milho de sequeiro cultivado extemporaneamente, de janeiro a abril, quase sempre depois da soja precoce, na região centro-sul brasileira, envolvendo basicamente os estados de PR, SP, GO, MT, MS e, mais recentemente, MG. Também já existem alguns resultados bem sucedidos do plantio de milho safrinha em Tocantins, Maranhão e Piauí.

Os pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo, José Carlos Cruz e Israel Alexandre Pereira Filho, informam que o plantio da safrinha apresenta como vantagens a possibilidade do uso mais racional dos fatores de produção (terra, máquinas, equipamentos e mão de obra) em período ocioso do ano; preço geralmente maior do cereal na safrinha do que na safra normal; menor custo de produção, além de falta de alternativas mais seguras e rentáveis para a época.

Contudo, em relação ao último plantio de safrinha no País, "os produtores tinham a expectativa que as chuvas se estendessem na mesma proporção do atraso do período chuvoso. Com isso, as lavouras semeadas fora da janela, após o final de fevereiro, enfrentaram as adversidades climáticas para a cultura, embora normais para a época do ano", avaliam os especialistas da Embrapa.

Fatores que afetam a produção e a produtividade da safrinha

Basicamente, apontam José Carlos e Israel Filho, os fatores de clima e solo que afetam o rendimento da safrinha são:

Ocorrência de geada: quanto mais ao sul do Brasil, maior o risco de perdas por geadas a partir do final de maio, principalmente nas regiões de maior altitude, em que o milho safrinha deve ser semeado primeiro (até janeiro ou primeira quinzena de fevereiro). Ressalte-se que em semeaduras realizadas muito cedo (dezembro e janeiro), em decorrência de temperaturas muito elevadas e/ou veranicos frequentes em abril/maio, podem aumentar os riscos de frustração de safra.

Seca: nas regiões mais ao norte (Goiás e Mato Grosso, por exemplo), o fator mais crítico é a disponibilidade de água no solo nos estádios finais de desenvolvimento devido ao inverno mais seco, sendo o efeito da altitude inverso ao relatado anteriormente: quanto mais alto, mais amenas as temperaturas e, consequentemente, menores as perdas de água por evapotranspiração, permitindo semeaduras um pouco mais tardias (geralmente até o final de fevereiro).

Características do solo: como um dos fatores mais críticos para a safrinha é a disponibilidade de água no solo nos estádios finais de desenvolvimento devido ao inverno seco, a época de semeadura é menos flexível nos solos arenosos em comparação aos argilosos, devido à menor capacidade de água disponível.

Acrescenta-se que os solos argilosos geralmente têm melhor fertilidade natural, permitindo o desenvolvimento mais vigoroso das raízes. Obviamente, sistemas de manejo de solo como o plantio direto, que promove maior disponibilidade de água para as plantas, favorecem o plantio de milho safrinha.

O efeito das geadas é proporcional à época de ocorrência, ou seja, o estádio de desenvolvimento em que se encontra a cultura. Depende também da intensidade (temperatura mínima) e duração do frio (número de horas com temperatura abaixo de 1 a 2ºC no abrigo meteorológico).

"Obviamente que dentro da mesma microrregião, o efeito das geadas pode ser mais intenso nas baixadas e/ou proximidades de córregos devido ao acúmulo de ar frio, exceto em áreas adjacentes às represas, porque a água fornece calor para o ar ambiente", avaliam os pesquisadores.

Sementes - por onde tudo começa

A escolha das sementes é uma das principais etapas para o sucesso da lavoura. Por isso, Glauber Silveira da Silva, presidente da Aprosoja Brasil, atenta para os seguintes itens:

· Procedência da sementeira: verificar se as sementes advêm de empresas credenciadas para a venda - fator esse tido como primordial.

· Qualidade da semente: observar os resultados dos testes de qualidade fornecidos pelo sementeiro, presentes no Atestado de Garantia de Semente.

· Armazenamento das sementes: verificar como as sementes estão armazenadas e se o local apresenta perfeitas condições de umidade e temperatura.

"Ao chegar à propriedade, o produtor deve manter as sementes nas mesmas condições adequadas para manter a qualidade e, claro, realizar testes de qualidade. O produtor deverá analisar as sementes antes de plantá-las, podendo encaminhar a um laboratório de análises ou fazer o simples teste do canteiro, plantando algumas fileiras a campo para verificar a emergência", ensina o presidente da Aprosoja.

Opções variadas

Segundo os pesquisadores da Embrapa, José Carlos e Israel Filho, todas as cultivares de milho safrinha, com raríssimas exceções, também são cultivadas em condições de verão. "Mas, apenas parte das cultivares presentes do mercado é adaptada às condições ambientais de safrinha. O ciclo é uma característica importante a ser considerada na escolha das cultivares", pontuam.

Aliadas ao ciclo, características fundamentais a serem também consideradas são: maior estabilidade produtiva e resistência às principais doenças prevalecentes na região, maior tolerância ao acamamento e quebramento de plantas e maior sanidade de grãos.

Obviamente que todos esses fatores devem estar atrelados ao potencial produtivo. De acordo com dados levantados pela Embrapa Milho e Sorgo, há predomínio da utilização de híbridos simples de alto potencial genético que representam cerca de 60% das sementes, plantadas tanto na safra como na safrinha. No entanto, é fundamental utilizar um sistema de produção com nível tecnológico adequado para que essas sementes possam mostrar o seu potencial produtivo e o agricultor obtenha maior lucro.

Geralmente, à medida que a semeadura é atrasada, menor será o potencial produtivo e maior o risco de perdas, devendo-se reduzir os investimentos em cultivares, optando-se pelos híbridos triplos e duplos de menor custo.

FONTE: REVISTA CAMPO E NEGOCIOS

Soja: Comercialização antecipada da safra 2011/12 atinge 43%

"De forma diferente do que observamos no relatório passado, tivemos a reaceleração no ritmo dos negócios, tanto na safra velha, como especialmente na safra nova, considerando o comparativo com o relatório anterior", avalia o analista sênior da Consultoria Safras & Mercado, Flávio França Júnior.

Os produtores brasileiros de soja negociaram 43% da safra 2011/12 de forma antecipada, segundo levantamento divulgado por SAFRAS & Mercado, com base em dados recolhidos até 10 de fevereiro. Em igual período do ano passado, a comercialização envolvia 43% e a média para o período é de 35%. No levantamento anterior, divulgado em 2 de dezembro, o número era de 33%. Levando-se em conta uma safra estimada em 70,273 milhões de toneladas, o volume de soja já comprometido chega a 29,88 milhões de toneladas.

Em relação à safra 2010/11, SAFRAS indica que os produtores negociaram 94%. Em igual período do ano passado, a comercialização envolvia 96% e a média para o período é de 98%. No relatório anterior, o total negociado era de 90%.Com uma safra projetada em 74,380 milhões de toneladas, o volume de soja já comprometido chega a 70,180 milhões de toneladas.

"De forma diferente do que observamos no relatório passado, tivemos a reaceleração no ritmo dos negócios, tanto na safra velha, como especialmente na safra nova, considerando o comparativo com o relatório anterior", avalia o analista sênior da Consultoria SAFRAS & Mercado, Flávio França Júnior.

Em termos absolutos a motivação para o retorno ao mercado aconteceu pelo lado dos vendedores, influenciados pela recuperação parcial ocorrida nos preços do mercado de futuros da Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT na sigla em inglês) desde o final do ano passado. Neste caso, depois passar boa parte do ano oscilando entre US$ 13.00 e US$ 14.00/bushel, tendo chegado a atingir US$ 14.50, os preços recuaram no final de 2011 para o intervalo de US$ 11.00 a US$ 11.50 combinando agravamento da crise financeira internacional e forte retração na demanda por produto dos EUA.

E neste mês de janeiro voltaram a ultrapassar a barreira dos US$ 12.00 em função da melhora do ambiente financeiro e das perdas na safra da América do Sul. Mas em termos relativos (%) a relação também subiu por conta da revisão para baixo na estimativa de produção, em função das perdas com a estiagem de dezembro e parte de janeiro que atingiu boa parte da região Centro-Sul.

FONTE: AGÊNCIA SAFRAS E MERCADOS

Institucional Cia da Terra - Conheça o que move essa empresa!

Cia da Terra- Patrocinadora do Programa MG Rural Uberlandia e Região - TV Globo