terça-feira, agosto 14, 2012

Como alcançar 300 sacas de milho por hectare?


No ano agrícola de 2011/12 está previsto recorde tanto em área (15,12 milhões de hectares) quanto em produção (67,79 milhões de toneladas) de milho no Brasil, embora tenha ocorrido quebra na produtividade da primeira safra nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina e nos Estados do Nordeste, causada pela forte estiagem.

A produção brasileira será maior devido a um conjunto de fatores, tais como o aumento da área plantada, maior uso de tecnologia e, no caso da safrinha, condições climáticas favoráveis na maioria dos estados produtores (CONAB, 2012).

Variação regional da produtividade

Embora a produtividade média brasileira de milho, considerando a safra e safrinha juntas, em 2011/12, seja de 4.483 kg/ha, há uma grande variação entre as produtividades médias das diferentes regiões produtoras, ou sistemas de produção. Desta forma, a produtividade média estimada das regiões Norte/Nordeste (primeira e segunda safra), onde se plantaram cerca de 3.050 mil hectares foi de 1.954 kg/ha. Esta média foi bastante prejudicada pelas condições adversas que ocorreram na maioria dos estados do Nordeste.

Na safrinha foram plantados cerca de 6.810 mil hectares, uma área cerca de 25,2% superior à área plantada na safra anterior, devido as boas perspectivas de preço e as condições favoráveis de clima, que proporcionou antecipação das chuvas para o plantio e a colheita da soja, associado a boas condições climáticas durante o desenvolvimento das lavouras resultou em uma produtividade média esperada de 4.714 kg/ha, cercade 23,1% superior à média obtida na safrinha de 2010. Na safra normal (primeira safra), na região Centro-Sul onde se plantou cerca de 5.260 mil hectares, a produtividade média foi de 5.649 kg/ha. Esta média foi inferior a verificada na safra passada, em função da estiagem ocorrida nos estados do Sul. Estes resultados demonstram a grande variação que a cultura apresenta no Brasil, e a necessidade de se entender o porquê dessas variações.

No Nordeste as maiores produtividades são verificadas na Bahia e em Sergipe e na região Norte os maiores rendimentos são obtidos em Tocantins. Na safra, as maiores produtividades obtidas em 2011/12 foram no Distrito Federal (8.259 kg/ha), em Goiás (8.000 kg/ha), no Mato Grosso do Sul (7.5699 kg/ha) e no Paraná (6.788 kg/ha).

Na safrinha, em 2012 os maiores rendimentos esperados são no Distrito Federal com 6.000 kg/ha e nos estados de Goiás, Mato Grosso e Paraná de 5.640 kg/ha, 4.820 kg/ha e 4.800 kg/ha, respectivamente.

Entretanto, em todas as regiões brasileiras existem produtores que já obtiveram rendimentos de milho superiores a 12,0 t/ha (200 sacos/ha), não sendo raros aqueles que produzem mais do que 14,0 t/ha. Portanto, as produtividades médias nessas regiões são bem inferiores, demonstrando uma grande diferença entre os sistemas de produção utilizados no que diz respeito ao potencial de produtividade. Em parcelas experimentais já há referências de produtividades atingindo 18 t/ha.

As mudanças que vêm ocorrendo nos sistemas de produção de milho no País comprovam a profissionalização dos produtores, associadas ao papel cada vez mais importante de técnicos, consultores e extensionistas da rede pública e especialmente da rede privada, por meio da assistência técnica e do maior fluxo de informações.

Além disso, várias tecnologias ligadas à cultura foram implementadas ou ainda estão sendo implementadas no agronegócio brasileiro.

Globalização

Em uma economia globalizada e de alta competitividade, a busca por maior eficiência na produção agrícola tem sido uma constante de toda a cadeia produtiva. Isto é particularmente importante para o agricultor que tem por objetivo obter a máxima produtividade com o menor custo de produção, para que a cadeia se torne competitiva e economicamente sustentável.

Embora seja constatada uma grande evolução no nível tecnológico na produção de milho no Brasil, a maximização da produtividade só tem sentido quando associada à otimização do uso de insumos, sustentabilidade e maior rentabilidade. Por outro lado, é comum verificar situações em que a quantidade de fertilizantes, especialmente o fósforo e o potássio, são aplicados acima da quantidade técnica recomendada.

Também é comum o uso excessivo de inseticidas e fungicidas, onerando o custo de produção e comprometendo a saúde do produtor e o meio ambiente Máximas produtividades devem ser obtidas com eficiência. Não basta simplesmente o aumento no uso de insumos, mas sim a sua utilização de forma racional e balanceada, explorando o sinergismo entre as diferentes tecnologias.

Otimização da produção

Um fator comum entre os agricultores detentores de recordes de produtividade no mundo é sua habilidade em identificar e manter um ambiente altamente produtivo no solo. Áreas de alta produtividade têm em comum o manejo que prioriza a produção de material orgânico, solos com maior teor de matéria orgânica e boa qualidade operacional de todas as atividades.

O produtor deverá procurar sempre aumentar o potencial produtivo de sua lavoura por meio de técnicas como o sistema de plantio direto, com adequado programa de rotação e sucessão de culturas, envolvendo inclusive o consórcio de milho com forrageiras (integração lavoura-pecuária), visando o manejo conservacionista do solo e da água e a preservação do meio ambiente.

Em sistemas envolvendo rotação e/ou sucessão de culturas, o produtor deverá conhecer as peculiaridades de cada cultura. Na adubação e na correção do solo deverá levar em consideração o sistema como um todo, e não apenas uma cultura isoladamente.

Confirmando tais afirmativas, em levantamento realizado pela Embrapa, verificou-se que, dentre as lavouras com rendimentos superiores a 8,0 t/ha, ocorre a predominância (91%) do uso do sistema de semeadura direta e da rotação de cultura do milho com a soja. No Rio Grande do Sul e em Santa Catarina esta percentagem sobe para 99%.

FONTE: REVISTA CAMPO & NEGOCIOS

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