segunda-feira, setembro 17, 2012

Café representa 6,6 % nas exportações de janeiro a agosto de 2012

Volume embarcado no período teve redução de 17,4%, com 17,6 milhões de sacas

O café representou 6,6 % de todas as exportações do agronegócio brasileiro de janeiro a agosto de 2012. No entanto, o produto apresentou queda de 21,74% nos oito primeiros meses de 2012, com faturamento de US$ 4,1 bilhões na comparação com o mesmo período do ano passado, quando faturou US$ 5,3 bilhões. O volume embarcado de janeiro a agosto de 2012 teve redução de 17,4%, com 17,6 milhões de sacas de 60 quilos, ante 21,3 milhões de sacas no mesmo período em 2011.

O balanço faz parte do Informe Estatístico do Café publicado mensalmente pelo Departamento do Café, da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura.

A receita cambial do café verde, que representa 5,9% do total das exportações, também teve uma diminuição de 24,2%. Segundo o diretor do Departamento do Café do Mapa, Edilson Alcântara, esse resultado indica que os produtores brasileiros estão estocando mais café e reduzindo, consequentemente, suas vendas. “Com os problemas de qualidade, em virtude das chuvas, as estimativas são de que essa redução de embarques se confirme ao longo de 2012”, destacou.

O principal comprador de café verde brasileiro continua sendo a Alemanha que, apesar de ser o principal destino das exportações da produção nacional, apresentou queda de janeiro a agosto de 2012 de 27,59%. O segundo principal importador são os Estados Unidos, que teve um recuo de 24,13% nas compras do grão. O volume embarcado aumentou para o Reino Unido (13,77%), para a Eslovênia (13,46) e para a Suécia (3,20%).

De acordo com o relatório mensal, o consumo brasileiro de café em 2012 é estimado em 20,4 milhões de sacas, contra 19,72 milhões de sacas em 2011. Os estoques do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira) estão, atualmente, em 14 mil sacas.

FONTE: GLOBO RURAL ON-LINE

Cana exige dosagem exata de micronutrientes

Os micronutrientes mais aplicados na cana, com melhor resposta à produtividade, são boro (B), zinco (Zn) e molibdênio (Mo), seguidos por manganês (Mn) e cobre (Cu), estes com menor resposta à lavoura. "Encontramos mais resposta associando a correção do solo e o fornecimento de NPK de forma adequada ao solo,", diz José Marcos Leite, engenheiro agrônomo, doutorando em Solos e Nutrição de Plantas da ESALQ/USP. Além disso, o agricultor deve optar por fontes solúveis, como é o caso de sulfatos e oxisulfatos e quelatos, favorecendo a disponibilidade desses micronutrientes para a planta.

Passo a passo

O ideal, na implantação do canavial, é que seja feita a correção de solo com calagem, fosfatagem e gessagem, seguindo com a adubação com NPK, que são os macronutrientes e, por último, o ajuste fino, com os micronutrientes, em especial com boro, molibdênio e zinco.

José Marcos explica que o molibdênio tem duas principais funções na cana-de-açúcar: "A primeira é auxiliar no metabolismo da adubação nitrogenada da planta. Ele é cofator de uma enzima, a nitrato redutase, que auxilia no metabolismo do nitrogênio. Sua outra função é ser constituinte da enzima nitrogenase, a qual é essencial no processo de fixação biológica de nitrogênio que pode ocorrer em cana-de-açúcar por bactérias diazotróficas. O zinco, além de ser ativador de diversas enzimas, atua diretamente na fotossíntese na enzima anidrase carbônica, nas sínteses de fotoassimilados, aminoácidos, principalmente na sintetase do aminoácido triptofano, uma das vias que sintetiza a auxina, hormônio que estimula o crescimento e alongamento do caule e, principalmente, o enraizamento. Uma planta de cana-de-açúcar deficiente em zinco apresenta internódio mais curto e clorose interneval, seguida de amarelecimento da borda para o interior da folha", pondera o doutorando.

Já o boro tem várias funções na planta - atua na estrutura e funcionamento da membrana plasmática e está diretamente relacionado com o cálcio para a formação adequada da parede celular. Atua ainda na síntese e transporte de açúcares e também no balanço hormonal entre auxina e citocinina, dentre outras funções.

Nutrição exata

A quantidade de micronutrientes é calculada a partir da extração da planta por área. A conta, dada por José Marcos, é calculada sobre o que a planta precisa menos o que já existe no solo, vezes um fator. "Temos que levar em consideração o que a planta extrai menos o que tem no solo. Muitas das vezes esse fator é a eficiência do fertilizante utilizado e o tipo de solo; por exemplo, em solos arenosos, pode ocorrer a lixiviação de boro", ensina o especialista.

A cana apresenta uma exigência variada para cada nutriente. Citando como exemplo 100 toneladas por hectare da cultura de zinco, a necessidade da cana é de 600 a 900 gramas por hectare; de molibdênio, de 50 a 100 gramas; e de boro, de 300 a 400 gramas. "A extração é baixa, mas se faltar algum desses nutrientes, a planta pode apresentar deficiência, principalmente quando se corrige o solo, pois há uma correlação direta da correção do solo com o aumento do pH dele, diminuindo a disponibilidade de alguns micronutrientes, como zinco, cobre e manganês", justifica José Marcos.

Micronutriente x macronutriente

Tanto os micro quanto os macronutrientes são importantes. A principal diferença está na quantidade que a planta acumula. "O acúmulo de macronutrientes na planta se dá em quilos por hectare, enquanto que o de micronutrientes ocorre em gramas por hectare", esclarece o doutorando José Marcos.

Ainda segundo ele, macro e micronutrientes podem ser aplicados em conjunto, com misturas de fertilizantes: "Podem ser misturados com grânulos, mas a mistura precisa ser bem feita para não ocorrer segregação; pode estar aderido ao grânulo de fósforo (P) nos fertilizantes constituintes da mistura NPK, melhorando a uniformidade de distribuição; e pode ainda ser aplicado via solo junto com a adubação fluida, uma operação bastante comum em algumas usinas. Entretanto, o agricultor deve estar atento a doses maiores para produtos à base de sais, e a doses menores para os quelatilizados", alerta José Marcos.

No plantio do canavial, outra forma muito utilizada é aplicar o produto em solução na cobertura do tolete junto com os outros inseticidas, colocando os micronutrientes na forma solúvel. No fundo do sulco, quando for cobrir o tolete, o micronutriente já é aplicado com inseticida. "São três etapas com uma única operação. Essa é uma das formas mais eficientes", garante.

Outra forma de aplicação de nutrientes na cana-planta ou cana-soca é misturá-los ao herbicida, em solução, principalmente o boro. Entretanto, José Marcos faz saber que a dose a ser trabalhada tem que ser exata, pois erros podem resultar em toxidez. "No máximo deve-se colocar 1 kg/ha de boro", recomenda.

Já a cana-soca permite a aplicação via foliar ou solo, mas o doutorando adianta que a aplicação de micronutrientes que tem mais resposta é via solo, em cana-planta, e às vezes também a aplicação foliar, principalmente com o molibdênio associado à adubação nitrogenada.

Por não existir uma receita pronta é que o produtor deve levar em consideração cada área, talhão e região, e analisar os fatores separadamente. Para isso, é importante consultar um engenheiro agrônomo para analisar as informações e fazer a recomendação adequada.

Respostas precisas

Solos arenosos respondem mais à adubação com micronutrientes do que os argilosos, ainda que ambos reajam bem à nutrição. "Entretanto, se o agricultor não fizer a calagem, ele nunca terá respostas aos micronutrientes. Para a aplicação foliar dar certo, é preciso que ela seja feita no momento certo, ou seja, antes do máximo crescimento da cana, que acontece na época de verão, quando há chuva, umidade disponível e calor", recomenda José Marcos.

Cuidados importantes

Na compra do produto é importante observar as características físicas, principalmente solubilidade, para estar disponível à planta na época da aplicação. Além disso, José Marcos aconselha que o produtor fique atento às características do produto para evitar o entupimento do bico, assim como à procedência do fertilizante, que deve vir de uma empresa confiável, com garantias mínimas.

Não menos importante é considerar as fontes, como no caso do boro, em ácido bórico, zinco no sulfato de zinco, e molibdênio no molibdato de sódio ou amônio, e/ou os quelatos, que são fontes mais nobres.


FONTE: REVISTA CAMPO & NEGOCIOS

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