quarta-feira, setembro 19, 2012

Soja seguirá em alta


Ainda que sofra pressão da colheita dos EUA e da safra na América do Sul, cotação terá segundo melhor nível da história

USDA surpreendeu o mercado ao estimar a safra norte-americana em 71,7 milhões de toneladas, enquanto analistas apostavam em 72 milhões de toneladas (Foto: José Medeiros / Ed. Globo)

A oferta apertada de soja nos Estados Unidos verificada no relatório sobre estimativa de safra divulgado nesta quarta-feira (12/9) pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda) e a incerteza quanto ao clima durante a próxima safra da América do Sul devem manter os preços do grão em altos patamares nos próximos meses. “A soja ainda não atingiu as máximas. O mercado está aberto para que busque os US$18 por bushel e talvez até mais que isto dependendo da intensidade da demanda”, diz Pedro Dejneka, analista da Futures Internacional, LLC.

No relatório desta quarta-feira (12/9), o Usda surpreendeu o mercado ao estimar a safra norte-americana em 71,7 milhões de toneladas, enquanto analistas apostavam em 72 milhões de toneladas. Quanto aos estoques o Usda não mudou as estimativas de estoques para a safra nova, mantendo-os em 3,13 milhões de toneladas e reduziu os níveis da safra velha. Com isso, os preços futuros da soja foram negociados em alta no pregão desta quarta-feira da bolsa de Chicago. A tendência para os próximos meses é de que os preços da soja se mantenham acima dos US$ 17 por bushel.

Uma leve pressão por conta da colheita nos Estados Unidos pode acontecer, bem como por conta da expectativa de uma safra maior na América do Sul, “isso pode reduzir o preço em US$ 1 ou U$2”, diz Flávio França Junior, analista da empresa de consultoria Safras & Mercado. Ainda assim, os preços permanecerão acima da média histórica dos últimos cinco anos, de US$ 11 por bushel.

“E esse seria o segundo melhor nível de preços da história”, comenta.

Já no caso do milho, a surpresa foi negativa para os preços da commodity. O mercado apostava numa forte queda da produção americana, para 264 milhões de toneladas, mas o relatório apontou para uma produção de 272 milhões de toneladas de milho no período 2012/2013. Além disso, o mercado esperava que os estoques da safra velha fossem reduzidos, mas o USDA os manteve em 30 milhões de toneladas. Já para a safra nova a aposta era de estoques finais de 15,7 milhões de toneladas, abaixo da estimativa de agosto que era de 16,50 milhões de toneladas, mas aí o Usda surpreendeu a todos ao elevar a estimativa para estoques finais de 18,63 milhões de toneladas na safra 2012/13, uma alta de 11% sobre as previsões de agosto. “Muita gente acha que somente o relatório de outubro trará os dados reais da safra e de oferta e de demanda”, diz Dejneka.

Com isso, a tendência é de que os preços encontrem suporte entre US$ 7 e US$ 7,50 por bushel, “também acima dos preços médios dos últimos cinco anos, de US$ 4,80 por bushel”, diz Junior.

FONTE: GLOBO RURAL ON-LINE

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