segunda-feira, novembro 21, 2011

Produtores rurais do Centro-Oeste diversificam renda com eucalipto

Em dez anos, a área plantada do eucalipto dobrou para 1.400 hectares.
A espécie é cultivada em metade dos 853 municípios de Minas Gerais.

O cultivo do eucalipto tem atraído os produtores mineiros. Em dez anos a área plantada dobrou e o sistema integrado, que une lavoura, pecuária e floresta, garante lucro o ano todo. A árvore do eucalipto é nativa da Austrália e chegou ao Brasil no início do século passado. Era mais utilizada na ornamentação das fazendas e estradas. Mas como o eucalipto se adapta bem em qualquer tipo de solo, foi ganhando cada vez mais espaço na produção de madeira.

Na fazenda “Mata Verde”, no município de São Sebastião do Oeste, no Centro-Oese, são 1.400 hectares. Por mês são colhidos 700 metros aéreos de eucalipto e 300 metros de lenha. Na marcenaria da fazenda a madeira é cortada depois segue para o tratamento.

A produção é vendida para construções rústicas e benfeitorias rurais. A maior procura é para cercas. A peça de 1,6 centímetros com diâmetro de oito centímetros custa R$ 3,50. Já a de 12 metros de comprimento e 50 centímetros de diâmetro, mais usado para postes, sai por R$ 500. Essas árvores são compradas de outros produtores para revender.

“Nossos plantios são praticamente novos, então precisamos comprar madeira mais velha de oito e dez anos. Na nossa região, é muito difícil comprar madeira porque há uma demanda grande para carvão e lenha. Então geralmente as pessoas cortam tudo pra fazer um negócio mais rápido”, explicou o produtor rural, Luiz Norberto Morais.

Em Minas Gerais, de acordo com a Associação de Silvicultura, a espécie é cultivada em metade dos 853 municípios. Juntos eles produzem 18 milhões de metros cúbicos da madeira por ano. A maior parte vira carvão vegetal para o setor siderúrgico e para abastecer, as indústrias de papel e celulose. O estado tem 1.400.000 hectares, o dobro da última década.

Todos os anos no Brasil, segundo o Ministério da Agricultura, surgem 300 mil novos hectares de eucalipto. Dois fatores contribuem para esse crescimento: quem já está na atividade aumenta área plantada, mas é cada vez maior o número de produtores rurais que tem utilizado a madeira para diversificar a renda no campo.

“Oitenta por cento dos pequenos e médios produtores utilizam o sistema de integração e o uso sustentável das propriedades rurais”, contou o engenheiro agrônomo da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater), Welington Lamartine. Nesse sistema de integração lavoura/pecuária/floresta permite que o produtor tenha na mesma área várias atividades e uma receita mais distribuída ao longo do tempo. "No primeiro momento ele tem a lavoura, no segundo momento entra com os animais e no terceiro momento ele vai ta tirando a floresta", explicou o engenheiro.

Na fazenda "Campo Alegre", município de Itapecerica, no Centro-Oeste, o sistema está na primeira fase. No lugar da lavoura de milho, o produtor rural Amilton Naves plantou eucalipto e branquearia. Enquanto as árvores crescem o produtor usa a área como pastagem. “A pecuária de corte e de leite sempre foi a principal atividade por aqui, mas há dois anos o eucalipto vem ganhando espaço”, comentou Amilton.

Hoje, são 25 hectares plantados na fazenda e o objetivo do produtor é plantar dez hectares por ano até chegar aos 100 hectares no sistema agrosilviopastoril. "Se o preço da madeira se mantiver no mercado, já no primeiro corte vou tirar os R$ 35 mil de investimento", finalizou Naves.

Outro motivo para o aumento da área plantada de eucalipto no país são as linhas de crédito que o governo tem oferecido para os produtores de pequeno, médio e grande porte. A meta do governo do Estado é emprestar até o próximo mês R$ 1 bilhão.

FONTE: MEGAMINAS

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