No caso particular da semente de algodão, devido à presença do línter, a semente é importante veículo de disseminação de patógenos, que podem comprometer o sucesso da cultura. Hoje, com a prática do deslintamento, particularmente com o ácido sulfúrico, verificou-se melhoria significativa na qualidade das sementes utilizadas, além de propiciar melhores índices de plantabilidade.

Na cultura da soja, particularmente, estudou-se a viabilidade técnica e agronômica do encapsulamento das sementes com polímeros sintéticos viabilizando seu armazenamento nas condições mais adversas de temperatura e umidade relativa do ar elevadas. A tecnologia mostrou-se viável, segundo o pesquisador Ademir Henning.
Todavia, ele justifica que seu custo seria muito alto, o que praticamente a inviabilizou entre os produtores. Na continuidade dos estudos, procuraram-se alternativas como a utilização de embalagens plásticas (semi-impermeáveis) que restringem a absorção de umidade do ar.
Em campo
Diversos experimentos foram conduzidos no Brasil juntamente com a ENGOPA (Porangatu, GO), Embrapa Meio Norte (Terezina, PI), UFMT (Cuiabá, MT) e FAPCEN (Balsas, MA). Em síntese, a tecnologia mostrou-se viável técnica e agronomicamente desde que as sementes sejam secadas a 9% de umidade e embaladas em sacos plásticos selados.
Essa metodologia tem potencial de ser empregada em Cuba, onde devido à elevada umidade relativa do ar durante o ano todo, compromete o armazenamento da semente em embalagens convencionais.

Tecnologia de aplicação
A aplicação de produtos na semente de soja e milho, inicialmente, era realizada na caixa da plantadeira, um trabalho que não exigia tecnologia alguma. Tempos depois os produtores passaram a adotar os tambores giratórios, onde eram colocadas as sementes, água, e os produtos em pó seco, em rotação, até que cobrissem as sementes.
Segundo Ademir Henning, esta operação levava intoxicação a muitos operadores desavisados que não utilizavam os equipamentos de proteção individual (EPI). Melhorando um pouco mais, a utilização passou a ser de betoneiras, as mesmas da construção civil, para fazer massa de cimento.
As máquinas de tratar sementes começaram a ser desenvolvidas na década de 90, e trabalhavam entre 70 e 90 sacas de sementes por hora, um avanço para a época, que tratava apenas 5% da produção, devido às dificuldades de se fazê-lo.

Atualmente, algo em torno de 95% da semente de soja já é plantada tratada, graças à evolução dos fungicidas e das máquinas de tratar sementes. "Já temos, inclusive, máquinas de tratamento industrial, que trabalham com até 20 ton/hora, na unidade de sementes. Além disso, foram desenvolvidos também os polímeros, que facilitaram ainda mais a vida dos produtores", ressalta o pesquisador da Embrapa Soja.
O tratamento de sementes
O tratamento de sementes é a primeira camada de produto colocado no material, o que geralmente acontece com defensivos, seguido de micronutrientes e por fim o inoculante, que é o rizóbio.
O professor Otávio Menten esclarece que a maior parte dos defensivos são aplicados de forma líquida, os quais já contam com equipamentos dotados de alta tecnologia para aplicar desde pequenas até grandes quantidades de produtos. Estes, geralmente, ficam dentro das Unidades de Beneficiamento de Sementes (UBS).
FONTE: REVISTA CAMPO E NEGOCIOS
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