quarta-feira, setembro 21, 2011

Mudas de alta qualidade O começo para um plantio de sucesso

O êxito do investimento na silvicultura de produção está diretamente relacionado com a qualidade das mudas utilizadas no plantio. Mudas de elevado padrão de qualidade tendem a suportar condições adversas no campo após o plantio, proporcionando assim elevadas taxas de sobrevivência (95% a 99%). Tal fato diminui ou até mesmo evita o replantio, que é uma operação onerosa.
Além disso, mudas de boa qualidade geralmente apresentam maior crescimento em campo, quando comparadas a mudas de qualidade inferior. Este maior crescimento reduz a frequência dos tratos de manutenção de povoamentos recém-implantados.
Bruna Anair Souto Dias, doutoranda em Ciência Florestal pela Universidade Federal de Viçosa, especialista em Silvicultura, ressalta que além da escolha por mudas de alto padrão de qualidade para o plantio, devem-se adotar práticas adequadas de preparo de solo, combate a formigas, adubação e eliminação de matocompetição.

Características da muda de qualidade

Na determinação da qualidade das mudas para o plantio, os parâmetros utilizados baseiam-se nos aspectos fenotípicos (morfológicos), tais como a altura e o diâmetro das mudas, e nos aspectos internos das mudas (fisiológicos), como o potencial hídrico, estado nutricional e ecofisiologia de raízes.
Estes aspectos dependem da qualidade genética e procedência dos propágulos ou das sementes utilizadas na produção das mudas, das condições ambientais e técnicas de produção, das estruturas e equipamentos utilizados no viveiro.
Entre essas características, Bruna Dias diz que os parâmetros morfológicos são os mais utilizados para determinação da qualidade de mudas devido à praticidade de mensuração comparados aos fisiológicos. "Vale ressaltar que o padrão de qualidade varia de acordo com a espécie e, para uma mesma espécie, entre diferentes sítios ecológicos", acrescenta.
De forma geral, a muda ideal deve possuir o tamanho adequado para atender a especificidade do plantio, apresentar sistema radicular bem desenvolvido e agregado ao substrato, bom aspecto fitossanitário (ausência de pragas, doenças e plantas daninhas); bom estado de rustificação (mudas "maduras"), além de bom aspecto nutricional (ausência de sintomas de deficiência de nutrientes).
Neste sentido, o potencial genético, a sanidade e a conformação do sistema radicular das mudas são extremamente importantes para a sobrevivência e crescimento das mudas após o plantio, e consequentemente, para a produtividade do povoamento.

Critérios na escolha

O primeiro passo para não errar na escolha das mudas destinadas ao plantio florestal é definir a espécie ou o material genético (clone) que atenda ao objetivo do produtor e que seja adequado às características edafoclimáticas da região onde será efetuado o plantio.
Após definir a espécie ou clone, Bruna Dias recomenda contatar com antecedência (alguns meses antes do plantio em campo) todos os viveiros potenciais para fornecimento das mudas, consultar se há as mudas de interesse disponível ou se será necessário encomendá-las.
Analisar também o valor do lote de mudas e o frete e forma de entrega até a área do plantio. Caso seja possível, é interessante visitar o viveiro antes de adquirir as mudas, conhecer sua estrutura e o processo de produção das mesmas. Observar qual o recipiente usado para a produção das mudas, sendo os mais comuns os sacos plásticos e os tubetes de polietileno.
Os sacos plásticos são mais usados em viveiros de espécies florestais nativas e para arborização urbana, porém, apresentam a desvantagem de enovelamento do sistema radicular. Na produção de mudas para florestamento ou reflorestamento, a especialista confirma que a tendência é a substituição de sacos plásticos por tubetes, que apresentam as vantagens de menor incidência de pragas e doenças e melhor estruturação do sistema radicular, em comparação com os sacos plásticos.
Outro cuidado importante ao adquirir mudas florestais, caso estas sejam oriundas de sementes, é questionar a forma de manejo das mudas, se foram obtidas por semeadura direta no recipiente ou semeadura em sementeiras e repicadas para o recipiente. "Esse cuidado evita a aquisição de mudas com sistema radicular mal formado ou enovelado, oriundas comumente de repicagem mal conduzida", alerta Bruna Dias.

FONTE: REVISTA CAMPO & NEGÓCIOS

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