quarta-feira, dezembro 21, 2011

Hora de fazer análise foliar

As plantas necessitam de um grupo de nutrientes classificados como "essenciais", ou seja, de forma geral, na falta de um deles a planta pode não completar o seu ciclo ou não produzir satisfatoriamente. Esses nutrientes são classificados como macronutrientes (nitrogênio - N, fósforo - P, potássio - K, cálcio - Ca, magnésio - Mg e enxofre - S e micronutrientes (boro - B, cloro - Cl, ferro - Fe, magnésio - Mg, zinco - Zn, cobre - Cu, molibdênio - Mo, manganês - Mn e níquel - Ni).

A análise foliar tem por objetivo: confirmar se há sintomas de deficiência; verificar a fome escondida, definida como o estágio da deficiência em que os sintomas ainda não são visíveis; confirmar sintomas de toxidez de nutrientes observados no campo e recomendar fertilizantes.

Quando fazer a análise

A análise foliar tem um momento ideal para ser realizada, segundo a cultura que se deseja analisar. Em plantas anuais, Pedro Roberto Almeida Viégas, professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), recomenda que a análise foliar seja feita no início do crescimento e antes do florescimento, pois, se houver alguma inconsistência, a programação de adubação mineral poderá ser revista, visando à solução do problema para a safra seguinte.

Para culturas perenes, a análise foliar deverá ser realizada após o término da colheita. Tal procedimento tem como finalidade verificar se houve inconsistência nas doses de fertilizantes aplicadas durante a fase vegetativa (fase anterior ao florescimento) e rever a programação para a nova fase vegetativa.

Antecipação das deficiências nutricionais

Na análise foliar podem ser verificadas tanto a deficiência nutricional quanto os níveis ótimos dos nutrientes, bem como se há toxidez. Todavia, esclarece Pedro Roberto, se o objetivo for verificar possíveis deficiências, a análise foliar pode ser feita para identificar sintomas de deficiência mineral, tanto para os macro quanto para os micronutrientes.

O professor destaca ainda a importância de ficar atento aos erros, como aplicação na época inapropriada; coleta da folha padrão errada, logo após pulverizações de fungicidas, inseticidas; plantas com idades diferentes e talhões que ocupam diferentes manchas de solo.

A coleta da folha

A coleta das folhas deve ser tão criteriosa quanto a amostragem do solo. Para que não haja erros e, com isso, o insucesso da análise, Pedro Roberto alerta para os seguintes critérios:

▪ As plantas devem ser da mesma espécie ou enxerto/porta-enxerto e ter a mesma idade;
▪ Devem estar no mesmo tipo de solo. Talhões em diferentes tipos de solos, mas com a mesma espécie cultivada, terão as suas amostras foliares separadas;
▪ Evitar plantas que receberam pulverizações para controle de pragas e doenças. As amostras devem ser retiradas, pelo menos, quinze dias após a aplicação dos defensivos agrícolas;
▪ Utilização de herbicidas: danos provocados por herbicidas de pré-emergência podem ser similares aos de deficiência mineral;
▪ Evitar folhas com sintomas de ataque de pragas ou lesões de doenças;
▪ Condições climáticas: falta de chuva em cultivos de sequeiro pode influenciar os resultados da análise foliar. Em cultivo irrigado, verificar o tipo de irrigação e o turno de rega;
▪ No campo, não confundir a senescência natural das folhas da espécie cultivada com os sintomas de deficiência mineral. A ocorrência natural da senescência das folhas provoca a modificação da coloração das mesmas. Entretanto, deficiências nutricionais poderão antecipar a senescência, como é caso do N.

Além desses critérios, para cada cultura o professor da UFS indica identificar qual a folha padrão a ser amostrada. "Essa folha tem como característica ser "madura" (nem velha, nem nova), ou seja, apresentar máxima atividade fotossintética", ele orienta, acrescentando ainda que para cada espécie existe uma quantidade específica de folhas/ha.

FONTE: REVISTA CAMPO E NEGÓCIOS

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