quarta-feira, novembro 28, 2012

Indutor de resistência de plantas otimiza o sistema

Os indutores são moléculas específicas que desencadeiam um complexo mecanismo de defesa das plantas contra estresses bióticos ou abióticos. Entende-se por estresse biótico aquele em que danos são causados às plantas por vírus, bactérias, fungos, insetos ou mesmo animais, seja por motivos de infecção e causa direta de doenças em plantas, seja pela herbivoria ocasionada por alguns insetos e animais. Por sua vez, os estresses abióticos são, de forma generalizada, aqueles nos quais a planta sofre em face de intempéries climáticas, salinidade e pH do solo, dentre outros. Apesar de as plantas não possuírem sistema imunológico como o dos animais, elas utilizam os mecanismos de defesa ao sofrerem qualquer espécie de dano, os quais se desencadeiam por complexos desdobramentos metabólicos. Ao invés de anticorpos elas possuem moléculas denominadas "indutoras" da resistência, e a esse processo chamamos de Resistência Sistêmica Adquirida (RSA). Após uma infecção, as plantas desenvolvem tal Resistência, o que provoca o aumento dos níveis de compostos que reduzirão a severidade dos sintomas causados pela ação dos agentes patogênicos. Direto ao ponto O leitor já deve ter compreendido os termos "resistência" e "adquirida". Então fica a dúvida: Por que sistêmica? Ao fazer um paralelo aos produtos fitossanitários - discriminados como "de contato" ou "sistêmico" -, a resistência é sistêmica por ser translocável pela planta, principalmente pelo floema. O universo das plantas encanta pela sua complexidade, contrariando pensamentos de que elas sejam simples vegetais. Outra forma sistêmica de indução da resistência da planta é pela síntese de compostos voláteis, os quais, além de agirem no vegetal que está sofrendo o ataque de um patógeno, também "sinalizam" o perigo para as plantas vizinhas, as quais imediatamente começam a desenvolver a Resistência Sistêmica Adquirida. Com isso, elas formam um processo em cadeia que será determinante não apenas à planta atacada, mas para todas aquelas que se encontram próximas a ela. Tendo em vista que, após o desenvolvimento da RSA, a planta sintetiza moléculas que a protegerão dos patógenos e de suas infecções, ou que reduzirão tais sintomas, fica evidente que essas moléculas, quando presentes, atuarão como indutoras do processo de resistência sistêmica. Há várias moléculas: algumas sintetizadas pela própria planta, outras, por bactérias ou industrialmente - nota-se, inclusive, que fragmentos de fungos podem ser utilizados como indutores. Os indutores As moléculas sintetizadas por plantas, bactérias ou fungos são consideradas como indutores naturais bióticos, e os outros como indutores abióticos. Existem inúmeros indutores bióticos, sendo que a literatura científica cita o ácido araquidônico, o ácido 2,6-dicloroisonicotinico, o ácido jasmônico e o ácido salicílico. Um exemplo de indutor abiótico é o acibenzolar-S-metil, já registrado no Ministério da Agricultura como um "ativador de plantas" e distribuído comercialmente. Outros tipos de indutores bióticos muito estudados são a harpina, uma proteína produzida por várias bactérias patogênicas que, ao ser inativada, age como uma indutora da resistência; e os fragmentos de Sacaromyces cerevisae - tais produtos já se encontram para comercialização no Brasil. Existe uma extensa lista de indutores, vários deles já registrados e distribuídos no Brasil. Resumidamente, o uso desses elementos permitirá que as plantas reajam com mais rapidez ao ataque de patógenos, podendo, inclusive, evitar que eles colonizem as culturas. Esses indutores podem ser substituídos pelos agrotóxicos para os plantios orgânicos, ou com o intuito de reduzi-los nos plantios convencionais. Vantagens Todas as plantas possuem formas de resistência, sendo imunes aos patógenos, em algumas vezes e, em outras, a rigidez da patogenicidade é minimizada. O melhoramento genético trabalha incessantemente para obter variedades cada vez mais produtivas e resistentes às principais doenças, aos insetos e nematoides. No entanto, não há nenhuma planta cultivada que seja totalmente livre de todos os patógenos. Em vista do fato de as plantas não serem imunes a todas as pragas e doenças, os indutores da Resistência Sistêmica Adquirida são uma alternativa moderna para minimizar os efeitos deletérios. Uma grande vantagem desses elementos reside no fato de que, por aumentarem a resistência das plantas, permitem que haja um controle de pragas e doenças sem o uso de agrotóxicos. Deve ser ressaltado que, em cultivos convencionais, é importante o uso racional de agroquímicos. No entanto, quando os indutores são utilizados, a quantidade aplicada nas culturas será reduzida, obtendo, segundo pesquisas recentes, até mesmo o controle de pragas e doenças-chaves. Vários indutores naturais são permitidos em cultivos orgânicos, facilitando o manejo e, por consequência, a adoção de práticas ecologicamente corretas. FONTE: REVISTA CAMPO & NEGÓCIOS

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